O debate sobre o fim da função de cobrador nos ônibus da Grande Florianópolis ganhou força. Anualmente a retirada do profissional entra nas pautas de discussões entre empresas e trabalhadores, mas desta vez o cenário acelerou. O motivo é a crise financeira que abate o transporte coletivo. Em 2020, o serviço ficou suspenso por cinco meses, além de que atualmente há uma limitação de 50% da capacidade.

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Nos próximos dias devem ocorrer reuniões de negociação entre o sindicato das empresas de ônibus, o Setuf, e o sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo, o Sintraturb. A informação foi confirmada pelo representante do Setuf, Vinicius Cofferri. Ele preferiu não adiantar o que deve ser apresentado no novo debate.

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Como medida preparatória, as empresas estão formando os atuais cobradores para que eles possam se tornar motoristas ou mecânicos. Mas, para que a extinção da função ocorra por completo, é necessária a aprovação de um acordo junto com o aval da categoria.

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Empresas do transporte coletivo da Grande Florianópolis suspendem contratos dos trabalhadores

Na prática, algumas linhas já operam sem cobrador na Grande Florianópolis. Os horários extras estão circulando apenas com o motoristas. Há relatos de passageiros de que nestes casos somente são autorizados a entrar no coletivo quem fizer o pagamento com cartão.

De acordo com dados do Setuf, 50% dos profissionais forma demitidos pelas empresas desde o começo da pandemia. Três empresas estão em processo de recuperação judicial, com possibilidade de que outras também entrem no mesmo modelo. Elas reclamam da falta de apoio do poder público, principalmente nas cidades da região metropolitana.

Pelo decreto estadual em vigor, cada ônibus pode operar com 50% da capacidade. As empresas querem que esse índice seja aumentando para 70%.

Posição do sindicato dos trabalhadores

Nos últimos dias, o Sintraturb divulgou um posicionamento em suas redes sociais sobre a questão dos cobradores. O texto afirma que “atacar a função do cobrador é atacar o transporte”. Os trabalhadores criticam a intenção das empresas: “Vamos perguntar a todos os patrões da cidade, principalmente aos que cobram excelência de atendimento de seus empregados: no transporte não precisa ter bom atendimento? Povo e trabalhadores pobres não precisam de bom atendimento?”.

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