Santa Catarina está em um relatório divulgado pelo Palácio do Planalto a aliados no Congresso Nacional sobre os Estado com maior número de novos casos de coronavírus. O documento foi divulgado pelo O Estado de S. Paulo e pelo portal G1, nesta segunda-feira. Os dados do Ministério da Saúde são referentes ao último sábado, quando o Brasil chegou a 100 mil mortes causadas pela doença. SC está no quinto lugar de testes positivos, com 3.167. Ao lado do nome do Estado foi incluído o termo “Comandante”, uma referência ao governador Carlos Moisés da Silva.

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Na mesma lista estão também os Estados com maior número de mortes pela doença e de municípios com testes positivos. Nestes casos, não há citação a SC e nem a cidades catarinenses. O documento gerou reação no Congresso. Oposicionistas criticam o governo por querer atribuir aos governadores e prefeitos a responsabilidade pelos crescimento do coronavírus no País.

Além disso, teria sido uma ferramenta para atingir inimigos políticos. Além de Moisés, constam no ranking de novos casos o governador João Doria (PSDB-SP), Eduardo Leite (PSDB-RS), Rui Costa (PT-BA) e Rui Zema (Novo-MG), respectivamente do primeiro ao quarto lugar com maior nímero de registros.

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Segundo o G1, no ranking de mortes estão MG, RS, GO e BA. No caso dos municípios a listra traz São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza. O portal diz que a Secretaria de Governo confirmou a autoria do documento. O relatório foi elaborado pela Secretaria Especial de Assuntos Federativos (SEAF) com o objetivo de “monitorar a disseminação da Covid-19 nos Entes Federativos para auxiliar na articulação do Governo Federal”.

A coluna procurou o governo de SC e aguarda um posicionamento sobre o relatório para incluir no texto.

Distanciamento

A lista do Palácio do Planalto é mais uma demonstração de que Bolsonaro não parece interessado em se reaproximar de Moisés. O documento chega apenas para tumultuar as relações entre o governo federal e os Estados. Como não há uma descrição mais análitica do cenário, inclusive com cálculo de proporção dos casos por habitante, fica visível um interesse do Planalto em colocar a responsabilidade em prefeitos e governadores.

A inclusão dos nomes das autoridades junto aos dados é outro sinal de que o documento tinha endereço. No caso de Moisés, nem o nome do governador foi citado, mas sim a alcunha usada por ele durante a campanha eleitoral de 2018. Mais uma demonstração de que os dados não pretendiam agregar ao debate, mas sim causar impacto para um dos lados.

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