É impossível terminar 2020 sem tirar lições em Santa Catarina. Um ano tumultuado por si só por conta da pandemia, mas que teve ingredientes importantes para tirar o Estado dos trilhos por meses. Nestes 12 meses, os catarinenses tiveram poucos momentos de tranquilidade, seja pelo coronavírus ou pela instabilidade política e administrativa. No saldo do ano, há muito a aprender.

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Do ponto de vista de expectativas, 2020 começou com otimismo em solo catarinense. O governador Carlos Moisés da Silva entrava no seu segundo ano de gestão, a economia catarinense apresentava sinais de consolidação e os setores estimavam bons frutos. Mas chegou março, e a pandemia atingiu em cheio o Estado. O fechamento da maioria das atividades bateu com força em SC. Uma decisão ousada de Moisés, mas com reflexos na contenção inicial da pandemia.

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O governador, porém, perdeu o controle da gestão do coronavírus antes de dois meses. No final de abril, quando o site The Intercept Brasil revelou a compra fraudulenta de 200 respiradores, Moisés entrou no turbilhão. A frágil articulação política do governador se esvaiu com a repercussão de uma negociação fracassada e com suspeitas de desvios de recursos envolvendo servidores do Estado. Moisés ficou exposto e foi atingido por dois processos de impeachment. Já se livrou do primeiro e ainda tem o segundo para enfrentar no começo do ano que vem.

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Com a agitação na política, o Estado voltou os olhos para os impasses administrativos. Deixou de lado a pandemia. E o resultado veio com o crescimento das mortes neste final de 2020, uma ocupação de leitos de UTI próxima de 90% e a preocupação das pessoas com a gestão do enfrentamento ao coronavírus.

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O que aconteceu neste ano em SC demonstra que a política afeta diretamente a rotina das pessoas. Mostrou que atos fraudulentos, além de atingirem o cofre público, fragilizam governantes. E, acima de tudo, revelou que o Estado precisa se unir em todas as esferas para encarar as adversidades com foco.