A segunda fase da operação Mecanismo Verde agita os bastidores políticos de Florianópolis. A ação foi deflagrada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), nesta quinta-feira (24), com foco no combate à corrupção e crimes ambientais. A Mecanismo Verde teve a primeira fase em novembro de 2020. O objetivo da investigação é “combater e desmantelar complexo esquema criminoso de corrupção que envolve construtores de obras clandestinas e agentes públicos municipais da Capital catarinense”, segundo a Polícia Civil. Para piorar, conforme o delegado responsável pelo caso, os crimes continuavam ocorrendo mesmo após a deflagração da primeira fase, há dois anos.

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Mecanismo Verde: “Organização criminosa estruturada”, afirma delegada

O trabalho é comandado pela Delegacia de Investigação de Crimes Ambientais e de Crimes contra as Relações de Consumo (DCAC) da Deic. Há dois anos, nos bastidores comenta-se que a investigação possa ter impactos políticos na Capital catarinense. Nesta segunda fase, os alvos foram empresários do ramo da construção civil que participariam do suposto esquema montado para a facilitação de obras irregulares em Florianópolis.

Conforme a apurado pela coluna, nenhum agente público foi alvo desta segunda fase, diferentemente da primeira, quando um integrante de cargo de confiança na prefeitura teve mandado de busca e apreensão cumprido na própria residência. Desta vez, segundo a Deic, apenas um ex-agente público estaria entre os alvos das autorizações concedidas pela Justiça. Na primeira fase, esta mesma pessoa atuava na prefeitura, de acordo com a Polícia Civil.

Neste ponto, aliás, há algo importante: os pedidos cumpridos nesta quinta-feira foram apresentados ao Judiciário há um anos. No entanto, de acordo com o delegado Fábio Faustino Pereira, somente agora houve a autorização da Vara Criminal da Região Metropolitana de Florianópolis. A grande quantidade de processos na Vara teria impossibilidato a liberação anteriormente.

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Por fim, o delegado afirma que o inquérito já tem provas robustas e deve ser concluído em breve. Celulares apreendidos nesta quinta-feira devem ajudar a finalizar as investigações.

Polêmica

A Mecanismo Verde esteve dentro de umas das polêmicas envolvendo a Polícia Civil, em outubro de 2021, quando o delegado Akira Sato deixou o cargo de delegado-geral da corporação após poucos dias de nomeação. Naquela época, cogitou-se que interferências em investigações teriam motivo a saída do delegado. No entanto, nada confirmou-se.

Ao mesmo tempo, a delegada Beatriz Ribas, que respondia pela unidades de Crimes Ambientais da Deic, deixou o cargo, e aumentou a especulação sobre possíveis interferências diante do avanço de investigações importantes como a Mecanismo Verde. Ela chegou a ser convidada a voltar para o comando da unidade, mas declinou,

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