Indiscutivelmente, o impacto que a operação Alcatraz pode trazer para o cenário político catarinense ainda é imensurável. Desde 31 de maio de 2019, na primeira fase do trabalho coordenado pela Polícia Federal (PF), com apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal, trouxe à tona indícios de irregularidades dentro do governo do Estado entre 2006 e 2018, pelo menos. A secretaria de Administração vem sendo o epicentro das denúncias, mas as investigações apontam braços em outras pastas como a Saúde,

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No cumprimento da segunda fase da operação, no dia 19 de janeiro de 2021, o MPF detalhou o avanço sobre outras áreas do Estado e afirmou que a investigação revelou “inúmeras irregularidades em diversas dessas contratações, ocorridas nas gestões anteriores do governo estadual (entre 2006 e 2018)”.

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Politicamente, o que se vê em quase dois anos é uma apuração capaz de atingir alguns dos principais nomes do cenário catarinenses. A prisão do presidente da Alesc, Julio Garcia (PSD), e a busca e apreensão contra o ex-governador Eduardo Pinho Moreira (MDB), geraram impactos fortes nos bastidores. As reações foram diferentes, mas a defesa de ambos foi de contestação em relação às decisões.

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Já no campo de gestão do governo estadual, os efeitos são relacionados aos contratos que foram desvendados. Uma fonte da secretaria de Administração afirma que os revelados até agora foram praticamente todos refeitos. Faltaria apenas um: justamente o que foi alvo na segunda fase da operação, de administração do SC Saúde. As licitações do novo contrato serão lançadas nos próximos dias.

A origem

Impostos que teriam sido sonegados por empresas geraram as investigações da operação Alcatraz. Tanto na primeira quanto na segunda fases a origem está em apontamento de auditores da Receita Federal. No caso mais recente, uma das empresas teriam subcontratado serviços que nunca foram prestados. Mas os valores saíram dos seus cofres para outras empresas, que eram de fachada. O que PF e MPF fizeram, posteriormente, foi procurar o destino dos recursos. Com o rastro inicial, chegaram até os suspeitos de envolvimento no esquema que beneficiaria agentes públicos, políticos e privados.