Há uma discussão nos bastidores políticos sobre o que deve pautar as Eleições 2022 no cenário nacional. Diferentemente do que foi em 2018, quando a pauta anticorrupção ganhou bastante espaço, desta vez cogita-se que o cenário econômico terá papel preponderante. Em Santa Catarina, contudo, este é um assunto que não deve ganhar destaque. Apesar do quadro de pobreza registrado no Estado, o tema fica distante dos debates por conta dos índices econômicos positivos e da comparação com outras regiões do país, onde a condição social é pior. Por aqui, assuntos como a infraestrutura, a relação com Brasília e as questões ideológicas tendem a ganhar força.

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Saiba tudo sobre as Eleições 2022 em Santa Catarina

Como o bolsonarismo ainda tem muita força no Estado, o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro, vem sendo disputado nos bastidores. O governador Carlos Moisés da Silva, segundo analisam seus assessores, tende a sofrer com isso porque é visto entre os apoiadores do presidente como “traidor” por ter sido eleito na onda do 17 e depois se distanciado das pautas de Bolsonaro. Enquanto isso, o senador Jorginho Mello (PL) mantém-se como aliado do presidente e aposta nisso como seu trunfo.

Por outro lado, a infraestrutura federal em SC caminha a passos de tartaruga, e isso pode afetar o discurso de Jorginho, assim como pautar debates eleitorais. Na chamada terceira via catarinense, Gean Loureiro tem apostado num discurso de que o Estado não aceitará mais uma “aventura”, como forma de criticar Moisés. Este é um sinal do que deve pautar a linha de campanha do prefeito da Capital caso ele realmente decida concorrer em 2022.

Além disso, o comportamento de Gean e dos demais candidatos em evidentes críticas ao governador mostram que as particularidades de cada um dos postulantes também devem estar em pauta nos próximos meses. Assim como abre o novo ano, o 1º de janeiro também será porta para uma oportunidade fundamental: SC pode sair mais forte se os debates forem focados em fazer o Estado avançar e não em desqualificar adversários.

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As lições de 2021

O ano em Santa Catarina pode ser dividido pelos semestres. O primeiro foi triste e pesado. O Estado enxergou as mortes subindo assustadoramente por conta da Covid-19 ao começar pelo Oeste e se espalhar para as demais regiões. A instabilidade na saúde foi agravada pela falta de ações firmes de gestores públicos, que ficaram temerosos com reações de setores e de parte da população.

Já no segundo semestre, com o avanço da vacina, o Estado conseguiu respirar melhor e olhar para o crescimento econômico. Na política, onde o governador Carlos Moisés chegou a ser afastado do cargo, o ano foi igual: começou instável e terminou estável.

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