Está nas mãos do desembargador do TRF4 Leandro Paulsen o futuro do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM). Integrante da 8ª Turma, o magistrado é um dos julgadores do recursos da operação Lava-Jato nos últimos anos e agora decidirá por aceitar ou não a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Gean por organização criminosa dentro da Chabu. Caso o entendimento da Procuradoria seja mantido, o prefeito da Capital pode se tornar réu em pleno ano eleitoral.
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Este é o maior peso dos efeitos da operação para o prefeito, que trabalha forte na sua reeleição. Gean enxerga a situação pelo arquivamento de quatro crimes, mas o fato de o MPF ter apontado a participação do demista em um grupo que vazaria informações sigilosas de operações policiais pode trazer impactos fortes ao seu futuro.
Seja por um, como entendeu a Procuradoria, ou cinco crimes, como queria a Polícia Federal (PF), o prefeito pode se tornar réu de uma ação penal. Caso o TRF4 aceite a denúncia, já que não há pessoas presas, o processo tende a se arrastar com prazos mais dilatados. Enquanto isso, o desgaste será prolongado.
Como escrevi lá no começo, Paulsen é acostumado com casos de repercussão. Além disso, conhece bem outro caso catarinense famoso. Ele também é relator no TRF4 da operação Moeda Verde, com desdobramentos principalmente em Florianópolis.
A 8ª Turma é conhecida por ser rigorosa. Paulsen segue na mesma linha, além de apresentar decisões técnicas e bem embasadas. Ele foi o responsável por emitir os mandados de prisão e busca e apreensão na Chabu, inclusive a de Gean. Justamente por conta do prefeito é que a operação foi parar no TRF4.
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O próximo passo do processo dará o tom do ano eleitoral. Com uma eventual confirmação da denúncia, Gean terá de trabalhar com o selo de réu na Chabu, mas se o caso contra ele for arquivado, sairá fortalecido da operação. Agora está tudo nas mão de Paulsen.