Santa Catarina não pode se eximir da crise institucional brasileira. A alta aprovação popular e o apoio dos políticos catarinenses ao presidente da República, Jair Bolsonaro, são ingredientes importantes para a perpetuação de movimentos como os registrados na última semana. Isso ocorre, principalmente, no caso de membros da bancada federal catarinense e até do Executivo, como a vice-governador Daniela Reinehr, que foram aos palanques em diferentes locais do país no 7 de setembro, mas nos dias seguintes não deram as caras para explicar os efeitos sentidos pela população como o desabastecimento de combustíveis para os cidadãos.

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O clima de festa em torno de Bolsonaro perpetuado pelos políticos de SC destoa da realidade. Os nossos representantes são responsáveis, sim, pela forma com que o presidente age quando dão palco para manifestações antidemocráticas e, ao mesmo tempo, não reagem de forma dura diante daquilo que prejudica as pessoas.

Por isso é que chegou o momento de SC fazer um “mea culpa” e analisar o seu papel na crise atual. O ambiente de redes sociais, onde os representantes apenas publicam posições para agradar o eleitorado, precisa ser substituído por ações reais capazes de impactar verdadeiramente a vida das pessoas.

Não há mais espaço para devaneios e buscar por “likes”. A corrida desenfreada por combustíveis e alimentos revelou para os catarinenses que qualquer movimento gerado de forma desordenada impacta na economia e nas rotinas. Os eleitos por SC que dão aval aos discursos capazes de causar crises também precisam estar cientes dessa realidade. Acabou o tempo do “oba-oba”. A população não pode ser mais refém de crises criadas que desestabilizam principalmente quem está na ponta mais fraca.

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Efeito reverso

Fila em posto de combustível durante a semana em Santa Catarina
Fila em posto de combustível durante a semana em Santa Catarina (Foto: Tiago Ghizoni)

A ideia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de se fortalecer com os protestos de 7 de Setembro teve uma virada drástica. Em 24 horas, manifestações de caminhoneiros complicaram a vida dos brasileiros e geraram uma onda de repercussão negativa para o governo federal, o principal causador do movimento. A principal imagem da semana vem dos postos de combustíveis, lotados por pessoas preocupadas com o fim da gasolina, que deixou de circular das refinarias até os estabelecimentos. Para quem pensa em reeleição no ano que vem, esse é um peso grande.

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