A abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) perde cada vez mais a relevância perante a população. Movimentos vindos dos próprios parlamentares logo na montagem dos grupos de investigação ajudam a desmobilizar um instrumento criado para apresentar resultados.
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A CPI da Zona Azul, em Florianópolis, por exemplo, tem três dos cinco membros que nem sequer assinaram o requerimento para a abertura. Mesmo assim, dois deles ocupam os cargos mais importantes da CPI, o de presidente e relator. Nada mais justo do que se os integrantes fossem escolhidos da nominata que ajudou a abrir a investigação. O regulamento que prevê a indicação por blocos partidários abre a brecha para uma composição com quem não tinha nem interesse em ver a CPI instalada.
A outra comissão aberta neste ano na Câmara da Capital é do transporte coletivo, que nasceria de um movimento da oposição, mas mudou de foco quando o Executivo contra-atacou e fez seus vereadores apresentarem um requerimento com base nos argumentos que beneficiam o governo atual. Com isso, as CPIs deixam dúvidas sobre suas finalidades e aumentam o descrédito das pessoas.
Mas os episódios de polêmica não são exclusividade da Capital. Na CPI da Ponte Hercílio Luz, na Alesc, há uma situação parecida com a investigação da Zona Azul. O presidente Marcos Vieira (PSDB), também não assinou o requerimento, mas comanda a comissão mesmo assim.
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