Possibilitar o cidadão ter uma arma é mais caro do que desarmar quem causa o aumento da criminalidade. Basta uma caneta, como fez Jair Bolsonaro (PSL), para facilitar o acesso à “legítima defesa”. Mas combater os motivos que levam ao crescimento desenfreado do tráfico de armas, ao recrutamento de crianças e adolescentes para o crime e aos crimes contra o patrimônio tem custo alto. Ao facilitar a posse de armamento, o governo terceiriza sua responsabilidade de garantir segurança, de oferecer assistência social, e deixa de lado o investimento em polícias.

Continua depois da publicidade

Ações nesse sentido seriam representativas para desarmar quem oferece risco. Mas isso custa caro, carece de investimento em educação. É mais fácil delegar a responsabilidade para o cidadão carregado com munições quando na verdade ele deveria estar armado de outras formas.

Armar não significa apenas o fato de facilitar o acesso a revólver e pistola. Também representa dar poder de participação, de agente ativo na mudança dos cenários.

Uma população nessas condições é aquela participativa em movimentos comunitários, integrante de ações sociais, e não como um revólver nas mãos. Isso altera o quadro. O restante, até agora, só mostrou aumentar a violência.

Aliás

Continua depois da publicidade

Santa Catarina é um exemplo de Estado onde uma tática eficiente de segurança pode trazer resultados e diminuir os índices de violência. Basta ver o balanço do último ano. Isso sem dar arma ao cidadão. Apenas colocando o combate à criminalidade como prioridade.

Lembrança

Defensor da revogação do estatuto do desarmamento, o deputado catarinense Rogério Peninha Mendonça (MDB) foi um dos primeiros citados por Jair Bolsonaro (PSL) ontem durante a assinatura do decreto da posse de armas. Recebeu um “obrigado” do presidente da República. Peninha estava com outros deputados que, segundo Bolsonaro, integra a “bancada da legítima defesa”.