Tanto na Polícia Militar (PM) quanto na Polícia Civil (PC) a reclamação é a mesma: falta de efetivo. Nesta semana, o governador Carlos Moisés da Silva anunciou 707 novos servidores para as duas corporações. Mas apenas 35 deles começam a formação imediatamente, que são os oficiais da PM. O restante inicia a preparação em janeiro de 2021. Esta pelo menos é a promessa de Moisés, que passa por um processo de impeachment e corre o risco de não poder cumprir com seu anúncio.
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Caso o afastamento do governador realmente ocorra, caberá ao novo governo decidir pela manutenção do plano de Moisés. Fato é que as duas corporações precisam de reposição. Na PM, por exemplo, o efetivo é de 9.963 servidores, segundo dados de agosto do Portal de Transparência do governo do Estado. O índice é abaixo do limite prudencial de 10 mil policiais.
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Neste dado de 9,9 mil já estão os 500 soldados em formação que passam a atuar somente em dezembro, depois da conclusão da formação. Eles começaram o treinamento em janeiro de 2020. Outros 35 oficiais também já fazem seus treinamentos, mas o curso para os cargos de comando dura dois anos. Mesmo com estes 535 na conta, o número do efetivo da PM preocupa. No anúncio dos 707 policiais feitos por Moisés, a PM receberá mais 535, sendo 500 a partir de janeiro de 2021. Eles devem elevar o cálculo geral, mas as saídas mensais para a reserva pedem mais reposição.
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Na Polícia Civil o efetivo atual é de 3.423 servidores. A delegacia-geral projeta desde o ano passado que o ideal seria ter o dobro de policiais. Mas o reforço anunciado pelo governo é de 172 policiais civis, entre agentes e escrivães. Longe do necessário para solucionar o problema completo.
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Especialistas em segurança apontam que o ideal para evitar a queda no efetivo é a reposição anual das corporações. Para isso, o Estado precisa manter concursos públicos e chamar os aprovados frequentemente. Os 707 esperados para o começo de 2021 serão importantes, mas o governo precisa já pensar em novas turmas para reforçar a segurança catarinense.
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