Caso o governo Moisés tivesse mesmo a ideia de mandar para a Alesc um projeto de mudança do duodécimo, por que então investir no desgaste de tentar a alteração via LDO? Não bastaria começar a discussão com os poderes e aos poucos construir a proposta? Faltou habilidade para encarar os deputados, que também evitam qualquer indisposição com os poderes em detrimento da real necessidade de revisão dos valores. Resultado: um recuo com ares de derrota. O governo perdeu tempo e esforços com a forma errada para uma proposta importante e que interessa à população catarinense.

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Ao incluir a redução do duodécimo na LDO, o governo acelerou uma discussão delicada, mas necessária. Mexer no orçamento dos poderes deve ser feito com diálogo e tempo. Caso contrário, não avança, como aconteceu. Assim, Carlos Moisés da Silva torna-se mais um governador com boas intenções na questão, mas derrotado na execução.

Estratégia

Além da perda de tempo, o governo desperdiçou estratégia. Desde o começo da semana foram tentativas de mudar a ideia dos deputados e também de mostrar à população os benefícios da redução do duodécimo. Durante a reunião da comissão de Finanças, por exemplo, a equipe de comunicação do governo ainda distribuía materiais à imprensa com justificativas. Mas a batalha já estava perdida. Tudo por nada.

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