Os decretos contra Covid-19 de Santa Catarina nas últimas semanas são protocolares. Praticamente nada mudam. Salvo nos casos de extensão de um ou outro horário, além de mais permissões, as regras catarinenses seguem a linha do governo Carlos Moisés da Silva desde o começo do ano, que é de restringir o mínimo possível. A medida é contraditória em relação ao discurso da própria secretaria de Estado da Saúde, preocupada com uma terceira onda no inverno, mas coloca todas as fichas na fiscalização e no comportamento das pessoas.

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O que fica claro com os decretos mais recentes é que Moisés não será mais restritivo. Aliás, nem mesmo no momento mais crítico da pandemia, em março, o governo adotou uma postura rígida. Preferiu por fechamentos aos finais de semana, não recomendados por especialistas como eficazes para reduzir por completo o quadro da pandemia.

O cenário atual ainda é de colapso, afinal há 60 pessoas na fila de espera por um leito de UTI. Então, o que mudou? Nada. Moisés segue a minha linha adotada depois que fez restrições mais duras no começo da pandemia, entre entre março e abril. O próprio secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, é repetitivo sobre a estratégia: regras, fiscalizações dessas regras, aumento de estrutura médica e testagem.

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Obviamente que o governo leva em consideração o cenário econômico e social, passado um ano e três meses do começo da pandemia. Além disso, torna-se ainda mais difícil de evitar o descumprimento de medidas em forma de “revolta civil” sem uma contraprtida à altura para eventuais fechamentos. Na ausência de um apoio substancial do governo federal para para as restrições, os Estados ficam isolados e condicionados às pressões de todos os lados em detrimento da piora do quadro da saúde.

Nesse ritmo é que SC vai enfrentar a pandemia daqui para frente, enquanto aceita os número diários de casos confirmado, internações e mortes. Não haverá mais restrições, e sim mais liberações como ocorreram nas últimas semanas. Com o cenário preocupante desenhado para o inverno, o Estado não pode adotar o discurso no futuro que desconhecia o que estava por vir.

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