Dentro da operação Alcatraz, que teve a primeira fase deflagrada em maio de 2019, o ex-secretário adjunto de Administração de Santa Catarina Nelson Castello Branco Nappi Junior já foi alvo de quatro mandados de prisão. O mais recente ocorreu nesta quinta-feira (14) na terceira fase do trabalho feito pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF). A quantidade de decisões judiciais contra Nappi comprova o que a PF descreveu no primeiro inquérito da Alcatraz, em 2019, quando pediu à Justiça Federal a concessão das medidas contra o ex-secretário. Para a PF, ele era o “epicentro” do esquema investigado no Estado.
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Nappi atuou como secretário-adjunto de Administração do Estado em duas gestões, e até ser preso em 2019 era comissionado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Atualmente, ele cumpria prisões preventivas em casa. Somente Nappi e o empresário Maurício Barbosa continuam com decisão de prisão em vigor na Alcatraz. No caso de Barbosa, entretanto, a Justiça já autorizou a possibilidade do pagamento de fiança para a concessão de liberdade.
Em relação ao ex-secretário de Administração, a juíza Janaína Cassol Machado o condenou em março deste ano a 12 anos e um mês de prisão em regime semiaberto por um dos processos em andamento. Ele ainda é reu em outras ações, além de aparecer em denúncias recentes feitas pelo MPF.
Segundo os investigadores, Nappi se aproveitaria do cargo na secretaria de Administração para participar de fraudes em licitações e repasse de recursos a agentes políticos. Por conta disso, foi apontado como o “epicentro” pela PF. Em 2020, a advogada Michelle Guerra, que mantinha um escritório de advocacia junto com o ex-secretário, fez delação premiada e deu detalhes do que supostamente ocorria no esquema investigado.
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A empresa dos dois levava o nome de Michelle Guerra Advocacia. Oficialmente, além do trabalho dos advogados, prestaria serviços de consultoria. A PF, entretanto, aponta que tudo não passava de uma fachada para a emissão de notas frias usadas para “regularizar” o dinheiro oriundo de propinas vindas de contratos da secretaria de Administração. Em seu depoimento, a advogada diz que isso ocorria.
Além de Nappi, a esposa dele também foi alvo da Alcatraz na primeira fase, assim como ela é ré em ação penal. Nesta terceira fase, a PF e o MPF apontam que o ex-secretário continuaria agindo de forma criminosa mesmo preso e durante as investigações.
Contraponto
A defesa de Nappi Junior, comandada pelo advogado Leonardo Pereima, tem negado o envolvimento do ex-secretário no esquema investigado pela operação Alcatraz. Em relação à delação de Michelle Guerra, Pereima classificou à epoca o depoimento como “extremamente genérico” e sem descrição do que teria ocorrido. Segundo ele, os relatos “não correspondem com a verdade”.
Nesta quinta-feira, o advogado afirmou que ainda não tinha uma posição sobre o novo mandado de prisão preventiva expedido por falta de informações sobre a decisão judicial que autorizou as buscas.
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