O governo Gean Loureiro (MDB) completa dois anos no próximo dia 1º de janeiro. Será metade do mandato do emedebista no comando da prefeitura da Capital. Até agora, ele enfrentou resistência para aprovação de projetos na Câmara, disputas com servidores públicos, dificuldades financeiras e problemas para avançar em obras.
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Em entrevista à coluna, quinta-feira de manhã, Gean falou sobre os principais desafios dos próximos dois anos, a mudança reforma administrativa a ser feita em janeiro e outros assuntos relativos à saúde, mobilidade urbana e política. Leia trecho da entrevista e confira abaixo a íntegra no vídeo:
O senhor está satisfeito com a cidade, com o que foi feito até o momento?
Gean Loureiro – Estou satisfeito com o que foi feito até agora diante dos desafios que a gente tinha, superamos barreiras que pareciam impossíveis na cidade, que parecia que não tinha mais destino na sua gestão fiscal, na sua recuperação financeira. Uma cidade que está pronta a receber investimentos. Então, quando ando na ruas, ando feliz em Florianópolis.
O elevado do Rio Tavares é uma das grandes obras que a cidade espera e o senhor prometeu na campanha entregá-lo. Teremos a construção pronta em 2019?
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Loureiro – Com certeza. Tivemos ali uma série de dificuldades, como os estudos arqueológicos, que duraram meses. Mas o mais importante foi a dificuldade financeira da empresa em executar porque o dinheiro está garantido. Estou fazendo a obra com recursos próprios. Cancelei o financiamento que estava fazendo e estou executando. Já fiz todas as desapropriações. Agora a população está vendo o ritmo da obra, a rampa está feita e estamos fazendo a concretagem final. Nossa expectativa é até o final de março poder entregar essa obra no Sul da Ilha. Foi difícil, foi suado, mas a gente vai conseguir.
A cidade sofre muito com mobilidade urbana e me parece que faltam iniciativas pontuais que resolveriam alguns problemas. Como agir para fazer pequenas alterações que ajudam bastante na mobilidade da Capital?
Loureiro – Temos duas situações que podem amenizar o problema de mobilidade em Florianópolis. Uma diz respeito a obras estruturantes que geralmente são rodovias federais e estaduais. Estamos cobrando. A SC-404, no Itacorubi, precisa ser duplicada. A SC-401 tem que ser revitalizada. A necessidade de ter o acesso ao aeroporto para o Sul da Ilha, que está em construção. A própria Via Expressa, que agora tem terceira pista. O papel da prefeitura é melhorar as condições asfálticas, gerando ciclovias e outras obras. E situações pontuais, que algumas ações mostraram que dão certo. Uma delas é em frente ao terminal Rita Maria, aquele problema de saída da Pedro Ivo. O acesso do Hospital de Caridade, houve um estudo e hoje se chega mais rápido. Pequenas intervenções podem ser feitas para melhorar o trânsito da cidade e isso vem sendo feito sempre com estudo técnico. Acabou o “achismo”.
Vai sair o “Alô, doutor”, um dos seus principais projetos de campanha?
Loureiro – O “Alô, doutor” precisava de um complemento do sistema de saúde, que foi o Centro de Saúde do Campeche, do Canto da Lagoa e do Pantanal, a ampliação das equipes de saúde de família e a construção da UPA do Continente. Com isso, o “Alô, doutor” deixa de ser uma transferência de uma fila do Centro para o sistema e passa a ter efetivamente mais resultado. Será um atendimento clínico, de maneira antecipada e telefônica. Vai diminuir o número de pessoas que necessitam ir até o Centro de Saúde com base em algoritmos que já funcionam no Reino Unido, que é a melhor experiência no mundo implementada. Não tenho dúvida que será um modelo a ser copiado. Nossa meta é lançar a licitação em maio. Então 2019 é o ano de implementação do “Alô, doutor”.
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Quanto dará para fazer nesses dois primeiros anos da obra do Anel Viário?
Loureiro – A situação do Anel Viário, principalmente na Antonio Edu Vieira (Pantanal), é concluir esse trecho que deve ter a abertura da licitação no início de janeiro. O valor dos recursos da Caixa não era compatível, não houve empresas interessadas. Conseguimos demonstrar tecnicamente que a Caixa poderia ampliar o valor e ela ampliou. Agora várias empresas retiraram o edital, temos convicções que vão haver empresas interessadas. A obra tem 18 meses para implementação que vai permitir realizar um trabalho desde o shopping Iguatemi até fazer o binário da Capitão Romualdo de Barros e a Antonio Edu Vieira com pista exclusivo para ônibus. Será um primeiro teste da preferência completa do transporte coletivo, e a gente não tem dúvida que dando certo terá aceitação muito mais fácil para implementar em toda a cidade de Florianópolis. É um projeto de longo prazo, mas que terá início na nossa administração.
O senhor está pensando em reeleição em 2020? Está trabalhando para isso?
Loureiro – Hoje eu estou preocupado em cumprir o mandato na plenitude. Tenho uma missão até 2020. Se ela se encerrar em 2020, quero exercer para que eu possa com o tempo entender que deixei meu legado e meu papel para a cidade. Entretanto, nós entendemos que para alguns projetos em quatro anos você não tem tempo para concluir. Por isso, a candidatura pode ser uma alternativa. Mas confesso que nesse momento, nem avalio a questão de reeleição. Não estou tomando atitudes pensando nisso, estou tomando atitudes que possam ter resultados nesse mandato e muitas que possam ser política de Estado para que quem vier a assumir possa dar continuidade.