O 2020 tumultuado para Carlos Moisés da Silva contrasta com o novo momento do governo. Há um novo estilo em vigor no governo catarinense, e ele será testado no segundo processo de impeachment a ser julgado pelo Tribunal de Julgamento, desta vez do caso dos respiradores, nesta sexta-feira (26). O cenário para o governador é diferente da primeira denúncia, que era sobre o aumento salarial aos procuradores do Estado. Nos campos político e jurídico, Moisés tem um quadro favorável. No entanto, como se diz nos bastidores, não há como prever o que se passa pela cabeça dos cinco desembargadores que votam no Tribunal.
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Acompanhe a votação do impeachment do governador de SC no caso dos respiradores
Moisés vive novo momento político
Em outubro de 2020, quando foi afastado por 30 dias da cadeira de governador, Carlos Moisés da Silva vivia uma turbulência política. Não tinha apoio na Alesc e poucos políticos queriam ser vistos ao seu lado. Tanto que na votação na Assembleia ele teve seis votos favoráveis e dentro do Tribunal do Julgamento foi afastado por seis a quatro.
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O afastamento de Moisés e a ascensão da vice-governadora Daniela Reinehr, entretanto, colocaram em xeque os planos dos defensores do impeachment. O establishment político preferia o coronel dos bombeiros no cargo do que Daniela. Por isso é que em 30 dos 120 dias previstos ele foi reconduzido ao Centro Administrativo.
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A banalização do impeachment prejudica Santa Catarina
Desde o final de novembro, quando voltou à cadeira de governador, Moisés mudou o estilo político. Colocou partidos no governo, empossou deputados em secretarias e cedeu cargos. Dessa forma, chega com força para o julgamento do impeachment dos respiradores, o que deve garantir os cinco votos entre os deputados sem sustos.
Moisés encara a incógnita do Judiciário
Mesmo que os bastidores ventilem diferentes hipóteses sobre os votos dos cinco desembargadores membros do Tribunal do impeachment, a incógnita sobre a posição dos magistrados impera. No caso do aumento dos procuradores, muitos boatos se espalharam dias antes, e praticamente nenhum deles se confirmou.
A semana em que Moisés volta a encarar o drama do impeachment
Mas Moisés também tem no campo jurídico um cenário favorável pelos recentes posicionamentos nas investigações envolvendo a compra dos respiradores. A Polícia Federal (PF) o inocentou, o Ministério Público (MP-SC) seguiu no mesmo caminho, o Tribunal de Contas (TCE) emitiu parecer sobre o caso sem incluir o governador e oito doas 15 denuncias do impeachment retiraram seus apoios ao pedido de afastamento.
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Contudo, o clima é de cautela no entorno do governador. Mesmo as pessoas mais próximas, que defendem Moisés com unhas e dentes, preferem ter os pés no chão diante dos votos dos desembargadores.
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