O principal problema atual de Santa Catarina é que as medidas restritivas adotadas pelo governo não resolveram a crise de saúde. A fila por um leito UTI é superior a 400, enquanto há relatos preocupantes de hospitais públicos e privados sobre o risco de falta de medicamentos nas próximas semanas pela alta demanda.

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Os especialistas em epidemiologia e ciência de dados apontavam que o fechamento aos finais de semana seria inócuo. Eles pediam continuidade durante a semana. O governo fez de outra forma. Com isso, não houve queda significativa dos casos ativos. Caiu onde houve restrição maior, como em Chapecó, Xanxerê e Lages.

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Em paralelo, setores econômicos foram prejudicados com fechamento sem qualquer auxílio. Por isso é que, resumindo, as medidas do governo são “nem nem”. Não ajudaram nem saúde, nem economia.

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Caso as medidas restritivas fossam eficientes, a curva de casos ativos teria sido diretamente impactada, o que em semanas aliviaria UTIs e número de mortes. Consequentemente, os setores econômicos teriam mais segurança para trabalhar, além do afastamento do risco de eventuais fechamentos.

Colapso nos hospitais

Apesar do aumento de 150% no número de leitos de UTI para adultos, o colapso é nítido nas unidades hospitalares. Há redução da fila no Oeste, onde as prefeituras adotaram medidas mais restritivas por quase duas semanas. No restante do Estado, a Grande Florianópolis e o Norte passam a preocupar mais pelas condições atuais.

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No final da última semana, quatro hospitais privados da Capital comunicaram o Ministério Público (MP-SC) sobre o risco gravíssimo de desabastecimento de insumos.

Sem ajuda na economia

Mesmo com resultados positivos em índices econômicos em 2020, o governo do Estado insiste em manter as ações de ajuda que já existiam, como crédito via Badesc. Outros Estados, como o Maranhão, anunciaram auxílios diretos a trabalhadores e empresários. Em SC, apesar dos bons resultados, a secretaria da Fazenda não sinaliza para outros caminhões que possam ajudar os setores atingidos.

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