O MDB em Santa Catarina se organiza para aplicar no próximo dia 15 de agosto um modelo inédito de escolha do candidato ao governo de Estado em 2022. No modelo de prévia, os 187 mil filiados serão chamados a votar entre os nomes inscritos até 30 de junho. Ainda não há oficialização, mas os cotados são o deputado federal e presidente estadual da sigla, Celso Maldaner, o senador Dario Berger e o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli. Pelo modelo aprovado no diretório local, os emedebistas catarinenses escolherão entre um deles, mas ainda há resistência no modelo de prévia faltando um ano e dois meses para as eleições do ano que vem.

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Em entrevista à coluna no dia 14 de maio, Maldaner disse que a votação está mantida. Uma mudança somente com votação no diretório. Os mais resistentes ao modelo dizem que ele pode dividir o partido pelo tempo que ainda há pela frente até a eleição. A bancada estadual, composta pelos nove deputados da Asssembleia Legislativa (Alesc), pretende agir. Uma das ideias é que sejam escolhidos dois candidatos pelo diretório para quem 2022 os demais filiados optem por um dos nomes.

“indiferente”

Há uma pressão na bancada estadual do MDB para que as prévias marcadas para 15 de agosto não ocorram. Maldaner diz que, para ele, isso é indiferente. Mas lembra que a definição do formato ocorreu através do diretório. Qualquer mudança precisaria passar novamente pelos delegados. O MDB não descarta lançar chapa pura com governador, vice e senador.

Clima de união

Maldaner, Antídio e Dario têm viajado juntos para as 36 regionais do MDB. A ala mais tradicional do partido olha a candidatura de Dario como a melhor opção, mas Antídio ganha força pela “novidade” diante dos demais nomes. Nos bastidores políticos ele é apontado como a opção mais forte do MDB. Maldaner se coloca como pré-candidato e diz que não vai retirar a candidatura interna.

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Como decisão pessoal, ele já optou por não disputar a reeleição à Câmara Federal mesmo que perca dentro das prévias emedebistas.

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Alianças

Ao mesmo tempo, Maldaner diz que as conversas estão em andamento com outros partidos. Ele se reunirá com o ex-governador Raimundo Colombo (PSD), por exemplo, além de já ter falado também com Gean Loureiro (DEM). Ambos têm seus nomes cogitados para 2022. Até mesmo com o PP, adversário histórico dos emedebistas em Santa Cararina, ele não descarta conversa: “Esse paradigma está quebrado”, afirmou.

Bancadas maiores

Na projeções de Maldaner, as bancadas do MDB na Alesc e na Câmara dos Deputados será maior. Dos atuais três em Brasília, ele prevê um aumento para cinco vagas. Além disso, uma renovação será natural. Apenas Carlos Chiodini disputa a reeleição. Maldaner e Peninha estão fora. Na Alesc, dos atuais nove deputados o presidente estadual também espera um aumento nas cadeiras.

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Moisés e Bolsonaro

Em relação aos dois governos, Maldaner diz que o partido está fora de ambos. No caso de Moisés, o posicionamento atual de indicação para cargos como a secretaria da Educação é da bancada na Alesc: “Espero que dê certo”, afirma o deputado federal sobre a gestão do governador.

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Em relação ao governo Bolsonaro, ele demonstra insatisfação com os resultados para Santa Catarina, principalmente depois dos cortes no orçamentos das rodovias federais catarinenses.

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Descontentamento com Renan Calheiros

Maldaner foi duro nas críticas ao senador Renan Calheiros, colega do MDB, que é o relator da CPI da Pandemia: “O Renan, pra nós, é um vergonha”. O deputado federal se diz “radicalmente contra” o senador emedebista ter assumido a relatoria da CPI. Diante do cenário atual para as eleições presidenciais de 2022, Maldaner afirma que o MDB pensa em uma terceira via.

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