O discurso de posse do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), restabelece um clima que o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia feito o Brasil esquecer. Independentemente do espectro político, as palavras de Lula recolocam a democracia como ponto de partida. Bolsonaro, que fugiu do país com medo de eventuais processos judiciais, tinha a oportunidade de estar neste 1º de janeiro recolocando a faixa presidencial, mas preferiu agir igualmente nos quatro anos, governando apenas para os próprios apoiadores e abrindo os braços a outros grupos somente com pensamento eleitoreiro. Assim, neste domingo (1º), Lula dá adeus a Bolsonaro, mas terá a sombra de uma oposição extremamente ideológica.

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Diferentemente dos primeiros dois mandatos, onde a oposição era política, com pouco viés ideológico, desta vez Lula vai encarar um grupo baseado no bolsonarismo, mas que se espalhou em vários grupos sociais. A principal dificuldade do novo presidente será governar para um país dividido não apenas por preferência política, mas por posição ideológica. Normalmente, ele teria uma “quarentena” de paz, mas agora o quadro é diferente.

O Brasil começa 2023 com um clima de incertezas. Enquanto os apoiadores de Lula julgam que ele resolverá os problemas do país, bolsonaristas ou não estão incrédulos. É diante deste cenário que o petista assume, com uma oposição ainda mais feroz. Por isto é que o petista deveria fazer escolhas que possam sinalizar a todos os grupos da sociedade que este será um governo de todos, e não apenas de um espectro político.

Como o Brasil tem pressa, haverá pouco tempo para que Lula possa se organizar. Os resultados já são esperados, tanto por quem hoje se coloca como oposição como por aqueles que preferiram o petista em detrimento de Bolsonaro. O novo governo já começou, e não há tempo a perder.

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