Mesmo aplicada há muitos anos no Brasil de forma experimental, a ozonioterapia ganhou popularidade a partir de Santa Catarina. Em meio à pandemia de coronavírus, a prefeitura de Itajaí resolveu aplicar o método sem comprovação científica de eficácia para combater a Covid-19. Assim, ganhou força no Senado Federal um projeto aprovado neste ano que autoriza a aplicação do tratamento no Brasil. Nesta segunda-feira (7), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu tornar o texto uma lei, o que contraria a recomendação de entidades médicas. Lula, na prática, ignorou a ciência.

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Ozonioterapia, alvo de polêmica em Itajaí na pandemia, vira lei no governo Lula

Para ser ter uma ideia da importância dos posicionamentos, grupos como a Academia Nacional de Medicina (ANM), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) fizeram apontamentos contrários à prática. Mesmo assim, a decisão do presidente foi de sancionar um texto perigoso.

Em dezembro de 2017, após a apresentação do projeto no Senado, um grupo de 55 entidades médicas e científicas divulgou uma nota pública onde criticou a tramitação de um projeto de lei. O texto fazia severos apontamentos sobre o tema.

Publicamente um defensor da ciência, Lula mostrou, desta vez, que não quis dar atenção a esta premissa básica para que se autorize um tratamento médico. O posicionamento dele com a sanção da lei vai totalmente contra o que se espera do ponto de vista técnico. Mesmo aprovado pelo Congresso Nacional, o texto deveria ter sido vetado.

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Mas Lula preferiu sancioná-lo, para a alegria das pessoas que decidiram impulsionar a prática em Itajaí desde 2020, no começo da pandemia. Um erro grande do presidente da República.

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