Uma cobrança do deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT) durante sessão da Assembleia Legislativa (Alesc) na última quarta-feira (17) gerou repercussão na bancada federal catarinense em Brasília. O pedetista pediu o empenho dos parlamentares de Santa Catarina no Congresso Nacional para que o Ministério da Saúde faça a habilitação de leitos de UTI para o tratamento do coronavírus no Estado.
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– Falo isso com muita tristeza quando a gente percebe que, infelizmente, a questão política se sobrepõe aos interesses coletivos. Gostaria de que pudesse haver a reconsideração desses entendimentos – disparou Minotto.
Antes, o deputado falou que se tivesse uma relação com o governo federal teria “pego um avião para ir a Brasília pedir ajuda”. Segundo Minotto, SC tem 300 leitos de UTI à espera de habilitação do Ministério. No entendimento dele, independe se há um apoio do governo estadual ao federal.
As declarações geraram uma reação do deputado federal Daniel Freitas (PSL), coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense no Congresso Nacional. Ele enviou um ofício para a Alesc nesta quinta-feira (18) rebatendo as críticas do pedetista: “Sou testemunha que a bancada federal, assim como o próprio Ministério da Saúde, não tem medido esforços para encaminhar recursos para serem empregados na contenção do vírus. O objetivo principal sempre foi e sempre será salvar vidas”, afirma Freitas.
No documento enviado à Alesc, o coordenador colocou o número de materiais enviados pelo Ministério ao Estado, como máscaras cirúrgicas, álcool em gel, óculos e protetores faciais, luvas, entre outros. Em relação aos leitos de UTI, Freitas apresentou dados do governo Federal de que foram disponibilizados para o Estado mais de mil leitos e 372 habilitados para o enfrentamento ao coronavírus.
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Contexto do embate
Na polêmica sobre os leitos de UTI entre Minotto e a bancada federal é importante que se entenda também o contexto político. O pedetista tem se aproximado do governo Moisés, inclusive participando de atos junto com o chefe do Executivo. Durante a mesma sessão, Minotto fez uma defesa do governo no caso dos 200 respiradores ao mostrar que a própria gestão foi à Justiça para reaver os R$ 33 milhões da Veigamed.
Além disso, maior parte da atual bancada federal catarinense é politicamente mais alinhada ao governo de Jair Bolsonaro, que chegou a criticar o governador por conta das decisões de isolamento.