Junto com obra, nova praça na Beira-Mar, em Florianópolis, terá escavação arqueológica

Oficialmente doada para a administração do Beiramar Shopping, a praça do Forte São Luís, passará por uma escavação arqueológica. Os trabalhos serão feitos pela prefeitura de Florianópolis, responsável pela área desde 2016, quando o Exército fez a cessão do espaço. O termo de doação do município para a o shopping foi oficializado nesta sexta-feira. A praça fica em frente ao estabelecimento comercial e será recuperada com recursos da empresa.

A escavação será feita depois de uma sondagem no terreno feita no ano passado que apontou para a possível existência de resquícios do forte ou de materiais que faziam parte do Forte São Luís. A previsão é que a escavação seja feita entre 2 e 20 de dezembro, segundo o prefeito Gean Loureiro. Antes disso, porém, o Instituto Nacional de Patrimônio Histórico (Iphan) precisa aprovar o projeto.

A questão arqueólogica foi o motivo do impasse que chegou a fazer o shopping a desistir da adoção. Mas, depois de ajustes burocráticos, o projeto voltou à tona. Segundo Liliane Nizzola, superintendente do Iphan, o que será feito depois da escavação depende do resultado das buscas dos técnicos.

Caso exista algum material como uma baioneta, por exemplo, pode haver a remoção. Mas se houver um pedaço do forte enterrado, a estrutura deve ser catalogada e novamente fechada, com opção de deixá-la à mostra caso seja avaliada que essa é a melhor opção.

O projeto da arquiteta Juliana Castro, contratada pelo shopping para refazer a praça, prevê um espelho d'água no centro do espaço. Segundo ela, ainda faltam aprovações do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) e do próprio Iphan.

Como as escavações serão feitas em apenas um trecho da praça perto do restaurante existente na divisa do terreno, as obras vão começar a partir da Avenida Mauro Ramos. A previsão é que a estrutura fique pronta no começo de 2020. A intenção da prefeitura era ter o local revitalizado no aniversário da cidade, em 23 de março, mas o empresário Walter Koerich, presidente do conselho de administração do shopping, descartou a hipótese.