A juíza federal de Santa Catarina Cláudia Dadico faz parte do grupo de 30 magistrados que assinou uma representação feita junto à Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) para abertura de um processo administrativo contra Sérgio Moro, que é sócio benemérito da entidade.
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O requerimento já foi analisado e arquivado pela Ajufe. Para a juíza, entretanto, ao ser confirmar o conteúdos das mensagens reveladas pelo site The Intercept, com troca de informações pelo então juiz com procuradores do MPF, ao invés de prestar um serviço relevante à magistratura, o atual ministro estaria “imputando a nós (juízes) condutas que não são normais”.
— Nunca vou dizer o que um procurador tem que fazer. Cada um deve cumprir o seu papel dentro dos limites constitucionais. Sou lotada na 7ª Vara Federal da Capital, nunca tive esse tipo de conduta. Nem eu, nem outro colega ultrapassou essa linha.
A intenção, explica Cláudia, era que Moro se explicasse sobre as informações divulgadas, mas a Ajufe entendeu que não se comprovou a autenticidade das mensagens e que por isso não há justa causa para a abertura do procedimento.
Para a juíza que atua há 23 anos e há seis julga casos de crimes financeiros e lavagem de dinheiro, nenhum dos magistrados que assinou o documento entende que “um juiz possa entrar em conluio com a acusação”.
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— Nenhum de nós teria adotado essa conduta e acharia normal essa prática que nos causa perplexidade. Nos sentimos ofendidos.