Com uma ascensão política digna de grandes nomes que marcaram época em cargos públicos, Jorginho Mello (PL) chega à cadeira de governador do Estado com um impulso fundamental. Agarrado ao 22 do presidente Jair Bolsonaro (PL), ele conseguiu entrar na onda capaz de renovar recordes em Santa Catarina.
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Assim, elegeu-se com amplas vantagens, tanto no primeiro como no segundo turno. Por ironia do destino, porém, está justamente no que ajudou Jorginho a chegar onde chegou o principal desafio dele nos próximos quatro anos.
O exemplo vem de perto, do atual governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva. Em 2018, ele também foi eleito na onda bolsonarista. Pouco meses depois de assumir, entretanto, se distanciou de Bolsonaro. Dali para frente, ganhou a pecha de “traidor”. Nos bastidores, é dado certo que este foi um dos motivos que levou Moisés a não chegar sequer ao segundo turno em 2022.
Evidentemente que há diferença entre Jorginho e Moisés. O primeiro, diferentemente do segundo, tem trajetória política. Construiu uma base de relações capaz de ajudá-lo a governar com mais tranquilidade. Mesmo assim, precisará lembrar a todo quem o fez chegar ao cargo de governador: foi Bolsonaro. Por isso é que uma nova traição em SC pode ter impactos semelhantes a Jorginho.
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Habilidade política, como bem sabemos, o futuro governador já tem. Aliado a isto, ele deverá governar sem esquecer dos números deste segundo turno: Bolsonaro fez 69,27% em SC. Jorginho governará um Estado bolsonarista de carteirinha.
Mesmo que o novo governador siga a própria trajetória de ter boas relações com todos os presidentes da República, a fidelidade aos bolsonaristas também precisará fazer parte da balança de ações. Qualquer movimento no sentido contrário pode custar caro, politicamente falando.