É indiscutível que o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), montou um secretariado com muitas referências. Não há contestações, apesar de um ou outro reparo que se ouve nos bastidores. O que chama a atenção na lista é que Jorginho ainda não abriu espaços para outros partidos. Ele limitou-se, até agora, a nome do próprio PL. Pessoas ligadas ao MDB, como Marcelo Fett, para a Ciência e Tecnologia, e Daniel Vinicius Netto, no IMA, não entraram nos cargos por indicação do partido.
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Deputados pró-armas se reúnem em SC e são recebidos por Jorginho Mello
O que se diz nos bastidores é que Jorginho reservou algumas secretarias para dividir com partidos. O problema, no entanto, é que não restaram muitas opções. Além da Infraestrutura, do Turismo, da Segurança Pública e da Celesc, consideradas de alto valor político, as demais cadeiras não se mostram tão visadas ao ponto de agradar grandes partidos que precisam ser atraídos.
É o caso do próprio MDB, que admite conversas com Jorginho. O partido diz que espera por movimentos mais claros do governador. Até agora, os emedebistas não apresentaram uma lista de pedidos justamente por sentirem que falta uma conversa mais estruturada. Mesmo assim, há quem diga que a Infraestrutura já teve à disposição dos emedebistas. A intenção de Jorginho teria sido nomear Mauro de Nadal (MDB), mas ele recusou a ideia para seguir na disputa da presidência da Alesc. Até mesmo a Casa Civil teria entrado no alvo emedebista, o que foi rechaçado pelo governador.
Fontes ouvidas pela coluna acreditam que Jorginho precisará fazer mais movimentos para ter votos na Assembleia Legislativa (Alesc). Com o desenho atual, ele parte de 11 votos, que são as cadeiras do PL. Para ter maioria, seria necessário atrair mais partidos.
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Assim sendo, não bastará espaços para agradar o MDB, mas também outras siglas como o Progressistas, que se mostra disposto a conversar. Quanto mais o tempo passa, menos espaço sobram, e as dificuldades políticas podem ser maiores para o novo governo.