Na prática, as Eleições 2022 já terminaram. Os eleitos foram empossados, os derrotados foram para casa. No entanto, há quem ainda olhe para o retrovisor. É o caso do governador eleito em Santa Catarina, Jorginho Mello. Visivelmente, ele ainda carrega mágoas do período eleitoral em relação ao ex-governador Carlos Moisés da Silva. Tudo indica que seja pelo último debate do primeiro turno, na NSC TV, em que Moisés acusou Jorginho de ter pedido a ele que não encerrasse um contrato.

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Jorginho manda militares próximos a Moisés voltarem à PM e aos Bombeiros

O então candidato e senador do PL reagiu veementemente e entrou com uma ação contra Moisés.
O caso ainda tramita na Justiça, mas Jorginho mostra que quer mais. Ele não está deixando nenhum rastro do que Moisés havia planejado, e também exonerou todas as pessoas ligadas ao antigo governo. O atual governador ainda desfez indicações de Moisés, que havia enviado a outros Poderes militares que trabalharam com ele na gestão passada.

Pior do que isso, é perceber que Jorginho tem deixado de lado projetos sem uma avaliação mais criteriosa de impactos, tanto positivos para o Estado e para ele politicamente, como negativos. Um dos casos é o complexo hospitalar de Florianópolis, que poderia ser remodelado, mas será totalmente deixado de lado.

Ainda na transição, o atual governador mostrou que não estava disposto a dialogar com Moisés. O resultado foi uma troca de bastão muito ruim do ponto de vista administrativo para o Estado. Como isto já é passado, chegou a hora de Jorginho deixar as mágoas para que a Justiça resolva. Dele se espera foco total na gestão, independemente se o projeto nasceu neste ou em qualquer outro governo.

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Céu de brigadeiro

Não há como se esperar por oposição na Assembleia Legislativa (Alesc) neste primeiro ano de governo Jorginho Mello. O clima nem aponta para tal movimento. Assim como foi em 2019, quando Moisés aprovou uma reforma administrativa, o atual governador também deve navegar tranquilamente pela Assembleia em 2023. O Progressistas já embarcou oficialmente na base. O MDB ainda negocia. E os demais não devem firmar pé na oposição.

O próximo passo

Depois de apresentar o programa de mutirão de cirurgias eletivas, agora o governador Jorginho Mello (PL) precisará trazer à tona como cumprirá a sua outra principal proposta de campanha, o programa Faculdade Gratuita. Assim como na Saúde, onde a secretária Carmen Zanotto foi protagonista do mutirão, na Educação caberá a Aristides Cimadon, o secretário da pasta, o desenho de uma proposta que já causa repercussão nos bastidores e disputa entre as faculdades comunitárias e privadas.

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