Dias após o presidente da Alesc, Mauro de Nadal (MDB), confirmar que os deputados vão propor uma mudança importante no projeto do Universidade Gratuita, o governador Jorginho Mello (PL) comentou sobre o assunto. Em resposta a um questionamento deste colunista, na manhã desta segunda-feira (19), o chefe do Executivo estadual afirmou que está conversando com os parlamentares e demais envolvidos no programa de bolsas para encontrar um “ponto comum”. Jorginho não disse, especificamente, o percentual que ele vai aceitar para o consenso, mas a Alesc quer mudar dos atuais 80% para as comunitárias e 20% destinado às privadas para 70/30.

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Presidente da Alesc firma posicionamento sobre bolsas de Jorginho e deixa governo emparedado

Até dias atrás, o governo não cogitava qualquer mudança nestes valores. Jorginho, porém, amenizou a situação e disse que o projeto vai ser aprovado:

– Estou tranquilo, porque fiz conversa com os 40 deputados, conversa com as lideranças. Tenho conversado com o presidente da Mauro (de NadaL) e com o deputado Julio Garcia. É um projeto de Estado, não um projeto de governo. Quero fazer uma comemoração com todos os Poderes, já convidei eles para o dia da sanção. Vamos elevar a régua da educação em Santa Catarina.

Em relação aos percentuais, Jorginho lembrou que, atualmente, 90% das bolsas vão para as comunitárias e 10% ficam com as particulares. Segundo ele, as particulares já buscavam um aumento nos valores, mas a própria Assembleia teria rejeitado o movimento:

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– Me antecipei e passei para 20% (para as particulares, no projeto do Universidade Grauita), de forma gradual para que eles tenham um ganho maior. É diferente da Acafe, não visa lucro, a Acafe é nossa. Se a Acafe quebrar, o patrimônio fica para o município. Diferentemente de uma universidade privada, que tem patrão, tem que botar dinheiro no bolso. Estamos fazendo com que os cursos presenciais sejam mais valorizados, que é o que a Acafe faz. Ao contrário das privadas que fazem a maioria dos seus cursos por EAD. Então é discutível essa qualidade do ensino. Então nós encaminhamos o 80/20, que eu acho que está justo.

Na sequência, porém, Jorginho deixou a brecha para discutir os percentuais, como pretendem os deputado:

– Mas estamos conversando com o Parlamento, com a Acafe, com todos, para que a gente num ponto comum. E isso não é sangria desatada, a Assembleia tem a sua prerrogativa. Toda a matéria que vai pra lá pode ser melhorada, aperfeiçoada, suprimida, acrescida. Este é o papel do Parlamento. O importante é que a matéria está sendo conduzida, a matéria vai ser aprovada, e nós vamos fazer uma grande festa junto as universidades, junto com os alunos. Tem que parar com essa guerra boba entre privado e comunitário, estão incentivando os alunos. Isso é tudo bobagem. Isso é pessoas que não querem construir uma educação melhor e mais forte. Então, tranquilamente, estou conversando com todos os deputados, esta semana vou conversar de novo, ouvindo, construindo e é assim que se faz uma lei.

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