Reeleito com 70,66% dos votos para o cargo de prefeito de Jaraguá do Sul em 2020, Antídio Lunelli credenciou-se para disputar a candidatura do MDB ao governo de Santa Catarina em outubro próximo. O discurso do empresário de sucesso, com boas gestões na cidade do Norte do Estado, o credenciava como um dos nomes fortes para concorrer ao posto de inquilino da Casa D’Agronômica. Antídio entrou na briga com apoios importantes de emedebistas tradicionais – e aos poucos passou a ganhar espaço para ser o nome do partido nas urnas. Nos últimos meses, entrentato, o cenário mudou radicalmente: o agora ex-prefeito de Jaraguá do Sul tornou-se a cruz que nenhum partido pretende carregar. Nem mesmo a base emedebista sente-se à vontade para tê-lo como candidato, assim comos outros pré-candidatos ao governo querem evitar o empresário como vice ou na composição de chapa.
Continua depois da publicidade
> Compartilhe essa notícia no WhatsApp
Nos bastidores está claro que um fato pessoal de Antídio – que ganhou corpo desde a publicação em redes sociais – seria muito pesado para acompanhá-lo na campanha. Trata-se de uma ocorrência policial por um suposto envolvimento com um menor de idade, em 2009. O fato já era tratado como forma de boato nos bastidores. A repercussão entre os partidos políticos foi direta e tornou-se o motivo principal para explicar a rejeição à sua possível candidatura.
Neste caso há dois exemplos. O primeiro vem das intenções do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (Republicanos). Ele quer ter o MDB como vice ou na composição ao Senado. Publicamente o discurso é de que o partido indicará os nomes e ele acatará. No entanto, nos bastidores é confirmado que Moisés não quer carregar Antídio diante do contexto pessoal. O mesmo vale para o segundo exemplo, que vem dos planos do ex-prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (União Brasil). No dia 31 de março, quando Gean renunciou à prefeitura da Capital, Antídio esteve no ato oficial que ocorreu na Alesc. Dois dias depois, em Jaraguá, quando o emedebista saiu da prefeitura local, Gean não retribuiu a corteria. Preferiu manter agenda festiva em Florianópolis.
Apesar dos discursos políticos de que as conversas continuam e de que nada está definido, este é um consenso nas conversas de bastidor entre os partidos e seus caciques: Antídio não conseguiria se sustentar durante uma campanha com algo tão pesado para explicar. Mesmo que ele tenha dito nesta quarta-feira (13), em nota enviada à imprensa, que não desistiu de nada, o cenário político atual já condicionou o futuro do emedebista. O empresário pode até estar nas urnas em outubro, mas o alvo deve ser a Alesc ou a Câmara dos Deputados. Praticamente sozinho, ele terá de carregar a própria cruz – sem que outros estejam dispostos a ajudá-lo neste fardo.
Continua depois da publicidade
“É um negócio arquivado”, diz Antídio
O ex-prefeito de Jaraguá do Sul busca afastar-se do caso pessoal que tornou-se um obstáculo na sua vida política. A coluna conversou com Antídio por telefone nesta quarta-feira (13). Além de mostrar-se disposto a seguir nas conversas com outros partidos para se viabilizar como candidato ao governo de Santa Catarina, ele se defendeu do caso de 2009.
– É um negócio arquivado, coisa que não tem condenação. Esse é um artifício que estão tentando usar para querer me desmobilizar no meio de tudo. É um fato de 15 anos atrás que está encerrado. É o tal do fogo amigo.
Para Antídio, o fato em si não o atrapalha nas conversas: “tenho recebido oferta de todos”. Ele coloca-se como o “único que tem posicionamento diferente e voltado para a gestão’. A aposta do empresário é de que até agosto, quando ocorrem as convenções, há muita coisa para acontecer. Neste tempo, ele pretende seguir a agenda como pré-candidato ao governo pelo MDB.
Leia também:
Vereador de Florianópolis faz afirmação discriminatória sobre autismo em sessão; veja vídeo
Rua mais sinuosa do mundo será construída na Serra Catarinense; veja fotos
FOTOS: Como ficará o complexo que vai reunir quatro hospitais públicos em Florianópolis