Com um público formado por apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Contorno Viário da Grande Florianópolis tornou-se um ato político. As falas no palco foram feitas, majoritariamente, por representantes do governo federal, e com conteúdos de apoio a Lula. Até mesmo quem não era ligado ao governo, como uma mulher que trabalhou na obra do Contorno, exaltou as ações do atual presidente.

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As falas mais enfáticas saíram dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e dos Transportes, Renan Filho. Ambos, assim como Lula, capitalizaram a obra como um feito do governo federal, sem entrar nas especificidades da concessão. Mesmo assim, Renan falou sobre os atrasos nos prazos, mas creditou a Lula o avanço das obras nos últimos anos, também sem relacionar o fato com a concessionária que administrou os trabalhos.

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Com o público aplaudindo a cada fala mais contundente, os ministros e o presidente foram se sentindo mais à vontade para os discursos enfáticos. Teve até momento para Lula criticar publicamente o governador Jorginho Mello pela ausência no evento, além de disparar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Até mesmo nas redes sociais o atual presidente escreveu que veio a SC e que: “gosto de trabalhar e não de jet ski”, em referência às vindas de Bolsonaro ao Estado quando era presidente da República.

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A vice-governadora de SC, Marilisa Boehm, foi quem representou o governo do Estado. Ela foi cumprimentada publicamente por Lula e até aplaudiu falas feitas durante o evento. O comportamento de Marilisa foi republicano e correto diante do que se esperava no evento.

Mesmo que a obra do Contorno Viário não tenha dinheiro direto dos cofres do governo federal por se tratar de uma concessão, além do atraso de 12 anos em um contrato assinado no segundo mandato de Lula, a inauguração foi um espaço para o petista explorar politicamente. A medida não é uma novidade, mas no evento do Contorno isto ficou mais evidente pelo contexto.

Lula disse que pretende voltar à Santa Catarina para outras inaugurações. Ainda não há nada confirmado e nem anunciado. Entretanto, pelo evento desta sexta-feira, dá para perceber que o governo federal se sentiu à vontade no Estado.

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