A conta da falta de articulação chegou para Carlos Moisés da Silva. E veio pesada. Em um ano e nove meses, o governador de Santa Catarina deixou a Assembleia Legislativa (Alesc) andar sozinha, sem marcar território constantemente. A aprovação da abertura do processo de impeachment contra Moisés e a vice, Daniela Reinehr, não se construiu somente no setembro histórico. Veio desde o começo de 2019, quando começou o novo governo e a gestão no Parlamento.

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Durante a votação em plenário, a reclamação dos deputados foi constante, na mesma linha. Eles alegavam falta de conversa e atenção do governo. Até mesmo os parlamentares da bancada do PSL, o partido do governador, demonstraram claramente descontentamento com a ausência de diálogo.

Os últimos meses somente demonstraram o quando Moisés não soube articular. Aos poucos, a Assembleia foi criando desgastes para a imagem do Executivo. Uma coisa atrás da outra. Enquanto se defendia do episódio dos respiradores e preocupava-se com a pandemia, o governo via a sua fragilidade na Alesc gerar danos. Foi assim na CPI dos Respiradores, por exemplo. Tudo que vinha da oposição, passava.

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A votação do impeachment foi apenas o fechamento de um cenário já desenhado. Caso não fosse nesta denúncia, poderia ser na outra que já tramita na Assembleia, sobre o combate à pandemia em Santa Catarina. Mais uma demonstração de impotência política do Centro Administrativo.

Com o posicionamento da Alesc definido, Moisés terá de se agarrar em possíveis decisões do Judiciário e num milagre na comissão mista com seis desembargadores e cinco deputados. Foi o que restou diante da ineficiência da articulação em um ano e nove meses.

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