Sim, até que se confirmem, são versões. O hacker Walter Delgatti Neto diz que o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, interferiu diretamente num esquema para atingir o sistema eleitoral brasileiro em 2022. Já o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, vai confessar que agiu a mando do ex-chefe para cometer ilegalidades no caso das joias, segundo o advogado do militar. Apesar de ainda serem versões, são versões dadas por duas pessoas com ligações diretas ou indiretas com Bolsonaro. Assim, a dupla Hacker e Cid se tornou, em 24 horas, o pesadelo do ex-presidente da República. Publicações do centro do Brasil, nos últimos meses, revelaram informações de bastidores de que Bolsonaro temia ser preso, o que pode ser facilitado pela dupla.
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Entretanto, a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e o Supremo Tribunal Federal (STF) trabalham com fatos e provas. Entre os depoimentos da dupla Hacker e Cid e a efetivação de um mandado contra o ex-presidente, existe um longo caminho que depende de indícios concretos para a uma prisão preventiva, por exemplo.
O que se tem até o momento, por outro lado, são versões contundentes de que Bolsonaro esteve no eixo central de dois episódios graves. Tanto a interferência nas eleições para favorecê-lo, como a venda ilegal de joias recebidas de presente na condição de presidente para ficar com o dinheiro em espécie. O que antes tratava-se de especulação e suspeitas, começa a ganhar corpo e ainda mais gravidade.
Os próximos dias vão ser decisivos para que se mensure o tamanho do impacto do que a dupla do pesadelo de Bolsonaro pode causar. Como os investigadores precisam mais do que versões, provavelmente Hacker e Cid terão que apresentar provas do que estão dizendo. Faz parte da investigação e do processo jurífico.
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Enquanto os dois casos se desenrolam, fica a sensação de que Hacker e Cid conseguiram transformar radicalmente o cenário contra Bolsonaro em poucas horas. Em somente um dia, nenhuma dupla causava tanto impacto no Brasil desde Romário e Bebeto na Copa de 94.
Veja abaixo fotos da dupla Hacker e Cid em depoimentos na CPMI de 8 de janeiro no Senado:
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