Desde 26 de junho a Casa Civil do governo Carlos Moisés da Silva está sem um titular. O último dono da cadeira número 1 foi Amandio João da Silva Junior, exonerado da função. Nos últimos 60 dias, coube a Juliano Chiodelli, o secretário-adjunto, a responsabilidade de responder pela pasta. Na prática, entretanto, as funções da Casa Civil de Moisés estão divididas no momento em que o governo mais precisa de articulação por conta do processo de impeachment em andamento na Assembleia Legislativa (Alesc).
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Além de Chiodelli, atuam como articuladores o secretário da Fazenda, Paulo Eli, e o deputado federal Fabio Schiochet (PSL). Ambos são uma espécie de “chefes” da Casa Civil sem a nomeação, mas com a incumbência de atuar junto à Alesc, por exemplo. No caso de Paulo Eli, as idas ao Legislativo têm sido frequentes. A participação do secretário da Fazenda em reuniões tornou-se comum.
Na ação política, Schiochet é a figura. O deputado passou a figurar como membro ativo da comitiva de Moisés nas agendas pelo Estado. Além de ser deputado, ele é o presidente estadual do PSL. Nos bastidores ele chegou a ser cotado para assumir como titular da Casa Civil, algo que não se confirmou.
A solução, segundo comentam nos fontes dos bastidores, virá de um nome político que dependerá da consolidação da base governista na Alesc. Isso pode ocorrer, inclusive, antes da votação do processo do impeachment.
Outros nomes nos bastidores
Enquanto não há o número 1 na pasta, outros nomes figuram nos bastidores como porta-vozes nas conversas políticas. Os três principais são coelgas de farda de Moisés: o chefe de gabinete, Marcio Ferreira, o secretário de Administração, Jorge Eduardo Tasca, e o secretário de Infraestrutura, Thiago Vieira.
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Trocas desde maio
A instabilidade na Casa Civil começou com a investigação da compra de 200 respiradores pelo governo do Estado para o combate ao coronavírus. Douglas Borba, que havia começado o governo com Moisés, saiu em 10 de maio ao ser exonerado. Depois, ele chegou a ser preso dentro da operação Oxigênio em junho e foi solto no mês de julho.
Amandio foi indicado para o cargo um dia depois. Mas, na CPI dos Respiradores, na Assembleia Legislativa (Alesc), o nome dele veio à tona por conta de uma imagem em que ele aparece em uma chamada de vídeo junto com um empresário que participou do processo inicial dos respiradores. O contato ocorreu quando ele não estava no cargo na Casa Civil.
Por nota, Amandio disse que o assunto era a aplicação de testes de coronavírus através de uma parceria com a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif). Sandro Yuri Pinheiro, que também foi exonerado, estava na mesma chamada de vídeo. Amandio deixou a pasta sob o pretexto de “melhor prestar seus esclarecimentos pessoais perante as autoridades constituídas em relação aos fatos relacionados à sua atividade profissional desenvolvida na iniciativa privada”.