No dia em que Santa Catarina registrou 20 mortes por coronavírus, a sensação é de frustração. O governo tinha a oportunidade de se posicionar de forma mais dura diante de novas medidas no momento mais crítico da doença no Estado. Mas não. Fez o simples: prorrogou medidas que venceram o prazo na semana passada e não avançou sobre outras áreas. Preferiu manter a linha de descentralização sem nem anunciar restrições regionalizadas. A coluna adiantou, com informações do colega da NSC TV Raphael Faraco, quais medidas seriam anunciadas nesta segunda-feira.
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Havia uma expectativa pelo anúncio do governador. Com os números crescendo, esperava-se dele a retomada do comando das restrições em Santa Catarina. Por mais que se soubesse da prorrogação dos eventos com público, havia a sensação de que este seria o momento ideal para um postura firme. O que se enxergava era um possibilidade de Moisés recuperar as rédeas da gestão da pandemia que ele segurou nos primeiros três meses. Mas as medidas ficaram bem distantes disso.
O mais preocupante no posicionamento frustrante do final da tarde desta segunda-feira é o sinal dado aos catarinenses. Ao olhar para a curva de casos, a população se assusta. Consequentemente, espera por reações, que desta vez foram tímidas e pequenas diante do avanço da doença.
A regionalização revela-se uma decisão acertada quando as prefeituras conseguem enfrentar a doença com medidas duras. Isso, porém, não é o que se vê em algumas partes de SC. O Estado não pode ficar inerte a isso. Quando prefeitos não agem, o governo catarinense precisa intervir.
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Como ponto de esperança está uma declaração dada pelo governador no vídeo divulgado logo após o anúncio com uma conversa entre ele e o secretário de Saúde, André Motta Ribeiro. Ele sinaliza que o Estado vai intervir nas regiões com cenários mais complexos.
O governo decidiu restringir algo que, na sua própria visão, já estava proibido. Na semana passada, quando questionada sobre a prorrogação da proibição dos cinemas, teatros, museus e eventos com público, a Secretaria de Saúde alegou que se baseava na portaria 348/2020, que proíbe aglomerações em Santa Catarina. Isso comprova que o governo do Estado não evoluiu.
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