Deflagrada nesta segunda-feira (5), a operação “Caronte” é uma extensão de investigação feita ainda em 2023 pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). No final do ano passado, a 29ª Promotoria de Justiça de Florianópolis deflagrou buscas contra a suspeita de formação de um cartel de funerárias que atuaria na Capital catarinense e em Criciúma. As investigações prosseguiram e apontaram para indícios de envolvimento de outras pessoas, incluindo agentes públicos e políticos. O avanço nos trabalhos do MP-SC levaram o caso para o Gaeco e para o Geac, grupos específicos dentro do órgão para apuração de casos de corrupção.

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A operação de novembro de 2023 chamava-se “Mercadores da Morte”. Em relação às investigações que envolvem agentes públicos e empresários de Florianópolis, já há uma ação penal em tramitação no Judiciário. Já no caso de Criciúma, os trabalhos passaram a ser feitos pelo Gaeco depois que surgiram indícios de um suposto envolvimento de pessoa com foro privilegiado, o que obriga a tramitação do processo em segunda instância. Foi por isto que a investigação passou a ser de responsabilidade do Tribunal de Justiça (TJ-SC), com a relatoria da desembargadora Cinthia Bittencourt Schaefer.

A pessoa com foro privilegiado que passou a ser investigada é o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD). Ele foi alvo de mandados de busca e apreensão, tanto na casa quando no gabinete na prefeitura. Em vídeo publicado no final da manhã desta segunda-feira, Salvaro disse, entre outras coisas: “Não há problema nenhum, estamos dispostos a colaborar. Determinamos uma sindicância para apurar estes fatos”.

De acordo com o Gaeco, a “Caronte” visa combater a atuação de possível organização criminosa que visava a prática de delitos contra administração pública, licitatórios, lavagem de dinheiro, dentre outros. Dentre os sete presos está um empresário de Florianópolis que é dono de funerárias que prestam serviços tanto na Capital como em Criciúma. Nas duas cidades, as empresas foram vencedoras da licitação pública de prestação de serviços funerários. Um advogado ligado à empresa, que atuaria como “lobista”, também está entre os presos.

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Licitação suspensa em Florianópolis

Após a operação “Mercadores da Morte”, em novembro de 2023, a prefeitura da Capital fechou uma parceria com o MP-SC para o lançamento de uma nova licitação de concessão dos serviços funerários dentro de um termo de ajustamento de conduta. A concorrência foi oficializada em junho deste ano. Entretanto, uma das funerárias interessadas no edital entrou na Justiça alegando que faltavam documentos importantes para a apresentação de propostas de preço.

A juíza da 1ª Vara da Fazenda Pública de Florianópolis, Luciana Pelisser Gottardi Trentini, concedeu a liminar e suspendeu o edital.

Veja abaixo fotos da operação Caronte:

Veja abaixo vídeo da apreensão de dinheiro na operação: