Apesar de ser apontada como uma das cidades brasileiras com melhor qualidade de vida, Florianópolis dá sinais claro de que a lógica está invertida. Quando se pensa em uma vida saudável, não há como entender que uma cidade onde os carros são priorizados é um local onde as pessoas possam estar num ambiente totalmente favorável. Pelo contrário, ainda mais quando quem busca viver com qualidade é vítima. Foi o que aconteceu com Alexandre Palma, 57 anos, atropelado enquanto andava de bicicleta, na SC-401, no domingo passado, 20 de outubro (veja abaixo fotos dos acidentes do final de semana).
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Alexandre pedalava todos os domingos em trajetos semelhantes. Saía de casa, em Jurerê, e circulava pela SC-401. Às terças-feiras, reunia-se com amigos para pedalar à noite. E assim tinha a tão sonhada vida saudável. Mas, no último domingo, um motorista embriagado dormiu ao volante e atingiu em cheio o advogado de 57 anos. Alexandre ficou até a noite desta quinta-feira (24) no hospital, quando morreu.
No mesmo dia do atropelamento que depois veio a ser fatal, outros ciclistas foram vítimas de um condutor que invadiu a Via Amiga do Ciclista, na Beira-Mar Norte. Neste caso, porém, a PM-SC demorou 50 minutos para chegar e não fez o teste do bafômetro no condutor, que foi embora dirigindo o próprio veículo.
Estes episódios se somam a vários outros nos últimos anos em Florianópolis. Pessoas atropeladas enquanto pedalavam, ou até corriam. Foram casos menores que não ganha publicidade. Mas todos unidos por um só motivo: a Capital catarinense prioriza carros e exclui bicicletas. Nem mesmo a Via Amiga do Ciclista, criada para protegê-los, consegue mais manter os ciclistas ilesos.
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Enquanto o recado da cidade for este, seja por parte das autoridades e dos demais cidadãos, os problemas de mobilidade seguirão sendo os mesmos. Um lugar onde o carro domina, não há como exigir que outros modais ganham espaço. Em Florianópolis, atualmente, só pedala quem decide enfrentar o perigo.
Chegou o momento de ter blitz efetiva na saída de festas, de a cidade fazer campanhas de estímulos verdadeiros a outros modais e de as pessoas entenderem que seja no volante, a pé ou de bicicleta, todos temos responsabilidade pelo bem estar da cidade.
