O Réveillon e os primeiros dias do verão em Santa Catarina foram uma prova para o que está por vir no Carnaval. Os dois são os períodos de maior movimento no litoral catarinense. Naturalmente, turistas procurem locais seguros e com qualidade para passarem os feriados, o que é o caso daqui. Mas cabe aos gestores públicos estabelecer limites com foco na saúde de quem mora na região e daqueles que vêm de fora.

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No caso do feriado de Ano-Novo ficou claro que não há como controlar todos. Sempre haverá um grupo que desrespeitará as regras. É fato que o governo do Estado falhou na comunicação e nas medidas tomadas com aparente falta de convicção. Perdeu parte do controle também por uma fiscalização que se mostrou falha durante meses. Mas mesmo assim há uma parcela que não está nem aí para o regramento, por mais duro que ele fosse.

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Para o Carnaval, fica a lição. O Estado não pode ser protagonista por imagens que correram o país de aglomeração e shows sem qualquer tipo de cuidado com a proliferação do coronavírus neste verão. Não houve festa pública no Réveillon. E não haverá no Carnaval. Isso não impede, entretanto, os eventos privados. É aí que entram as autoridades e seus protocolos. Não pode existir “meia-medida”, e nem a secretaria de Saúde estabelecer a máscara como obrigatória nas praias e o governador falar outra coisa nas redes sociais.

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O feriado de Carnaval, que termina em 16 de fevereiro, tem um agravante: a volta às aulas está marcada para dois dias depois na rede pública estadual. Caso o vírus volte a se propagar, surtos pontuais podem ser gerados e causar o fechamento de unidades escolares que ficaram um ano inteiro sem atividades.

Santa Catarina precisa colocar na prática que a educação é prioridade. E isso requerer uma fiscalização intensa dias antes. Imagens de festa e aglomeração não vão combinar com a estratégia de um Estado que optou para reabrir as escolas como forma de priorizar o ensino. O Carnaval será um bom teste para que os governos do Estado e municipais mostram que podem ter controle sobre o enfrentamento ao coronavírus.