O ano de 2020 começou com uma queda de 50% nos casos de feminicídio em Santa Catarina. Mas a morte de Elenir Fontão, diretora de uma escola no Campeche, em Florianópolis, deixa o alerta. A própria delegada responsável pelas delegacias de proteção à Mulher no Estado, Patrícia Zimmermann D’Ávila, é taxativa: não se pode baixar a guarda e perder a atenção com os assassinatos de mulheres.
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Até 19 de fevereiro deste ano, foram cinco feminicídios, incluindo o brutal caso da professora. No mesmo período de 2019, ocorreram 10 mortes no Estado. A queda é representativa, mas não deve acomodar. Os assassinatos em condição de violência doméstica requerem atenção constante com vítimas e agressores.
São muitas vertentes para constante vigilância. Uma delas foi apontada pela secretária adjunta nacional de Políticas para as Mulheres, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Roseana Estrela, em evento recente em no TJ-SC, em Florianópolis.
Segundo ela, a maioria das mulheres vítimas de feminicídio no Brasil não buscou ajuda, não denunciou as violências anteriores, não registrou nenhum boletim de ocorrência, não se amparou na rede de apoio e em nenhum órgão estatal. A secretária lembra que o grande desafio das autoridades é mostrar para as mulheres que elas não estão sozinhas, antes que o pior aconteça.
O investimento com recursos e projetos a longo prazo para mudança cultural foram os pontos apontados pela representante do governo federal para uma alteração no cenário cruel que vive o país de mortes de mulheres em violência doméstica. O cenário de Santa Catarina é de alerta, e assim deve ser mesmo com a redução nas estatísticas.
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Trabalhos que deram certo, como a rede Catarina, no Oeste, precisam ser fortalecidos. Mas não pode parar nisso. O radar precisa estar constantemente ligado. Nos casos de feminicídio, nenhum registro pode ser considerado normal. E assim os crimes devem ser encarados.