Uma decisão do Superior Tribunal do Justiça (STJ) levou a operação Alcatraz à estaca zero. Na prática, todas as ações penais podem ser extintas diante do entendimento do ministro do STJ Joel Paciornik em um recurso da empresa Ondrepsb, que é investigada na ação. Ele decidiu por anular todas as provas iniciais que foram compartilhadas pela Receita Federal com o Ministério Público Federal (MPF) e que deram origem às investigações feitas pela Polícia Federal (PF), e foi seguido por todos os membros da 5ª Turma do STJ. A operação foi deflagrada em maio de 2019 para apurar um suposto esquema de corrupção existente dentro do governo do Estado, principalmente na secretaria de Administração.

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Paciornik conclui no voto pelos colegas por “declarar a ilicitude das provas consistentes nos dados e informações (protegidos pelo sigilo fiscal) compartilhados pela Receita Federal ao Ministério Público Federal, que motivaram a instauração do inquérito policial” que deu origam ao processo inicial da Alcatraz. Ela destaca que, por consequência, todos os atos e provas subsequentes provenientes das provas iniciais devem ser extintos: “Determino, de conseguinte, a inutilização dessas provas, que deverão ser desentranhadas dos autos e, se o caso, restituídas a quem de direito”.

No entendimento do ministro, foi levado em consideração que a Receita compartilhou as provas de procedimentos ainda inconclusos sem decisão judicial que permitisse o envio dos materiais ao MPF.

Na semana passada, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) suspendeu todas as prisões que continuavam vinculadas à operação. Além disso, as tornozeleiras eletrônicas também foram removidas e as demais medidas cautelares contra os investigados na operação.

O que diz o MPF

A coluna procurou a força-tarefa da operação Alcatraz no MPF-SC, mas a assessoria não respondeu ao contato. No processo no STJ, a procuradoria já entrou com um pedido de impugnação da decisão de Paciornik.

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