O episódio da gravação de um comercial sobre a ponte Hercílio Luz, no começo da manhã desta quarta-feira, trouxe desdobramentos que evidenciam um impasse desnecessário: o governo de Santa Catarina e a prefeitura de Florianópolis disputam para ver quem manda mais na estrutura. E quem ganha com isso? Ninguém. Não é a primeira vez que os dois lados divergem sobre posicionamentos de uso da ponte, mas desta vez a briga ficou escancarada.

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Depois de autorizar a gravação do comercial de uma marca de veículos, que foi contestada pela prefeitura, responsável por montar uma programação com a passagem dos ônibus pela estrutura a partir das 5h, a secretaria estadual de Infraestrutura divulgou uma nota na manhã desta quarta-feira. E o texto deixa claro que não há diálogo, e sim disputa por espaços.

Segundo a secretaria, a prefeitura alterou o horário da passagem do ônibus sem comunicar o Estado. Em contrapartida, a pasta afirma não ter comunicado o município "pois não iria interferir no tráfego do transporte coletivo, uma vez que seria gravado em horário que não estava prevista a passagem dos ônibus".

Em trecho do texto, a reafirmação da posição na disputa: "A secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade é a autoridade de circunscrição sobre a Ponte Hercílio Luz e a responsável por autorizar eventos e atividades com fins comerciais sobre a estrutura. Por ser um Patrimônio Cultural, também é necessário obter a autorização dos órgãos responsáveis pelo patrimônio". Por fim, a nota diz que haverá uma reunião com a prefeitura de Florianópolis para discutir o assunto.

Quem perde? A população

Este impasse só prejudica a população e trava os processos. O Estado diz que manda na ponte, enquanto a prefeitura diz que decide quem vai andar sobre ela e no entorno. Mas e a conversa? Não existe? Este processo precisa ser capitaneado tanto pelo governador Carlos Moisés da Silva como pelo prefeito Gean Loureiro. Os dois chefes do Executivo devem dar o sinal e demonstrar aos seus comissionados e servidores qual é o caminho.

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E vou além: por que não criar um grupo de gestão compartilhada? Indica-se uma pessoa da prefeitura e outra do Estado para comandar as ações que envolvem a ponte. E tudo passará por esse grupo. Simples, prático e ágil. Sem ego, firulas e disputas.

Enquanto isso não acontece, nos bastidores fica a velha disputa por quem manda mais.