Assim como foi em 2022, nas eleições para o Governo e o Senado em Santa Catarina, os principais partidos de esquerda caminham para disputar a prefeitura de Florianópolis em grupos opostos. Nos últimos dias, movimentos intensificaram a divisão e fortaleceram a tendência que PT e PSOL tenham chapas próprias, mesmo que as principais lideranças das duas siglas apontem para a unificação da ala como uma opção viável de um eventual ida ao segundo turno.

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Na última semana, uma decisão da Executiva Nacional do PSB retirou o apoio do partido à pré-candidatura do deputado estadual Marquito (PSOL). A sigla, em nível municipal, já havia indicado Gelson Albuquerque para ser o vice no grupo. Entretanto, agora o PSB se afastou do PSOL e ficou mais próximo, justamente, da outra chapa de esquerda na corrida eleitoral de Florianópolis: o PT, que tem como pré-candidato Vanderlei Farias, o Lela.

Também por uma decisão nacional, a tendência é que os socialistas se aproximem do partido do presidente Lula (PT). Isto deve fortalecer a chapa petista na Capital, ao mesmo tempo em que enfraquece o PSOL. Nesta segunda-feira (22), a coluna procurou Marquito e Lela para ouvi-los sobre a reta final das conversas e as possibilidades no cenário.

O pré-candidato petista confirma que vai disputar a eleição e ainda se mostra otimista que um acordo pode ocorrer nos próximos dias na esquerda. O PT, que tem federação com PCdoB e PV, faria a convenção no próximo sábado, mas adiou para 3 de agosto por conta de possíveis alianças. Para Lela, há espaço de aproximação com o PSOL, e ele acredita que isto ainda ocorrerá até o fechamento da janela de convenções.

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O petista disse que uma conversa com o PSB vai ocorrer na próxima quarta-feira (24), onde discutirá a entrada dos socialistas no projeto. Para Marquito, entretanto, falta diálogo. Segundo ele, não há conversas em andamento e isto será necessário para que encaminhamentos sejam feitos. O deputado afirma que não pode nem sequer cogitar abrir mão da disputa porque as conversas não vêm ocorrendo.

Além do PT e PSOL, que encabeçam as pré-candidaturas de esquerda, há também o PDT, que está apoiando Dário Berger. Na visão das principais lideranças de esquerda da Capital, como Lula fez 46% dos votos no segundo turno presidencial de 2022 em Florianópolis, há espaço para que o grupo chegue ao segundo turno na Capital catarinense. Entretanto, a união dos projetos é fundamental para tal missão.

Pelo que se desenha até agora, apesar da disposição aparente e dos discursos de unificação, ainda há um abismo entre os dois lados projetados para a esquerda. Até o dia 5, pelo que sabemos da política, há muita água para rolar. Resta saber se alguém vai ceder mais ou se os planos individuais vão prevalecer.