Um embate nos bastidores em torno da ponte Hercílio Luz se intensificou às vésperas da reabertura da estrutura, marcada para esta segunda-feira. Tudo começou com uma arte divulgada pelo ex-governador Raimundo Colombo (PSD) no sábado (28) em que ele se diz responsável por 80% da reforma da Velha Senhora. Segundo o material, 10% foram feitos entre 1982 e 2010, enquanto 5% ficaram para o atual governo de Carlos Moisés da Silva (PSL).
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A gestão de Moisés, em contrapartida, divulga números diferentes. Conforme os dados atualizados até setembro de 2019, o atual governo afirma que aplicará 30% entre o começo de janeiro e março de 2020, quando termina o contrato com a empresa portuguesa Teixeira Duarte. A equipe do pesselista alega que em 22 anos os governos anteriores executaram 70%, enquanto ele fará 30% em um ano.
Outro ponto de embate entre Colombo e Moisés é o convite para o evento de reabertura da ponte. O ex-governador disse no começo de dezembro ao colega Renato Igor, em entrevista na CBN Diário, que não foi convidado. Segundo a Casa Civil do governo Moisés, o convite ocorreu, por telefone e e-mail. Colombo teria informado que não participará. Todos os ex-governadores foram convidados, de acordo com o governo. Eduardo Pinho Moreira (MDB) e Leonel Pavan (PSDB) confirmaram presença.
(Atualização 14h38min: a assessoria do ex-governador Colombo procurou a coluna para dizer que não foi localizado e-mail com convite para a reabertura. Sobre o contato telefônico, ele teria ocorrido uma vez, mas quem atendeu foi uma pessoa próxima ao ex-governador, já que ele havia saído do local onde estava o celular e depois disso não teriam sido feitas mais ligações).
O que importa
Apesar dessa disputa de versões, o que importa mesmo para o cidadão catarinense é ter a ponte Hercílio Luz aberta novamente. Há méritos dos dois lados. Colombo, em 2014, rompeu o contrato com a empresa Espaço Aberto e fez dois contratos emergenciais. Um para a conclusão das bases provisórias e outro para a reforma completa. A partir de 2016 é que realmente a restauração ganhou corpo e passou a ser definitiva.
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Quando saiu do governo em fevereiro de 2018, Colombo deixou à obra sob o comando do ex-governador Pinho Moreira. A troca de gestão diminuiu o ritmo dos trabalhos, mas aos poucos a sequência da reforma se intensificou.
Quando assumiu o Centro Administrativo, Carlos Moisés decidiu concluir a reforma. Logo nos primeiros dias do ano fez uma reunião em Florianópolis para apresentar seu plano de trabalho para a reforma. Seguiu com o ritmo da restauração, aplicou recursos próprios e reabrirá a ponte nesta segunda-feira.
Como se pode ver, as ações dos dois governadores foram fundamentais para a recuperação. A disputa por espaços somente tira o foco do que importa: depois de 28 anos totalmente fechada, a ponte será entregue novamente para os catarinenses.