Em palestra no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), nesta sexta-feira (20), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin fez um discurso que chamou a atenção pelo destaque dado na sua atuação como relator da operação Lava-Jato. Antes de falar sobre o combate à corrupção, ele destacou a importância da Constituição e do papel do STF neste processo.
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Fachin lembrou que a palestra ocorria no auditório Teori Zavascki, que morreu em 2017, num acidente aéreo, e era o antigo relator da Lava-Jato.
— Teori faz falta; é uma falta que fala, que diz, que se expressa num silêncio eloquente. Nós sabemos porquê. Teori fez a diferença, ser que fincou raízes e projetou asas. Deixou-nos um legado: antes e acima de tudo, tomar a Constituição como bússola — disse.
Depois, em uma aparente referência ao ex-juiz federal Sérgio Moro, responsável por julgar a operação em primeira instância até o final de 2018, o ministro disse:
— Juiz não investiga, nem acusa; juiz não assume protagonismo retórico da acusação nem da defesa; não carimba denúncia nem se seduz por argumentos de ocasião; juiz não condena nem absolve por discricionarismos pessoais — afirmou Fachin.
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Aparentemente, Fachin fazia referência às mensagens divulgadas pelo site The Intercept sobre os diálogos de Moro com o procuradores do MPF da força-tarefa da Lava-Jato.