A expectativa criada em torno da abertura do elevado do Rio Tavares, em Florianópolis, fez com que a obra se tornasse a salvação da lavoura no imaginário das pessoas. Mas a realidade chegou e trouxe com ela seus efeitos. Como se acordassem de um sonho, os moradores do Sul da Ilha perceberam que a estrutura não é a solução para os problemas de mobilidade da região. E esta longe disso.

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As filas no entorno do elevado começaram ainda no sábado. Nesta segunda-feira (25), o primeiro dia útil com a obra liberada, os congestionamentos voltaram a aparecer. Logo cedo havia até carro parado sobre o elevado esperando o tráfego andar. Assim deve ao longo das próximas manhãs nos horário de pico, apesar da sensação de alívio por alguns motoristas.

Isso ocorre porque há outros problemas naquele ponto que carecem de mudanças. A SC-405, no trecho do Rio Tavares, por exemplo, não suporta mais em três faixas o trânsito diário. Ela tornou-se uma via urbana, deixou de ser a rodovia estadual. São vários pontos de travessia de pedestres, necessários, mas contribuidores para a lentidão do trânsito. A solução seria a implantação de passarelas ou a ampliação da pista.

No trecho da SC-405 em direção ao Campeche são apenas duas pistas, uma para ir e outra para voltar. Ou seja: não aumentou a capacidade da via. Ela continua a mesma. O elevado resolveu apenas o problema do cruzamento entre as SCs 405 e 406.

A solução para o trânsito do Sul da Ilha será o novo acesso que está sendo construído a partir do bairro Carianos, que vai levar também ao terminal do aeroporto Hercílio Luz. A promessa do governo é entregá-lo em outubro, mas a Fiesc já divulgou um estudo que questiona a data e fala em atraso. Além disso, o Estado corre para liberar o acesso com apenas duas das quatro pistas, a famosa solução "puxadinho".

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No cenário atual, a metade do acesso será um alento para os moradores da região, que aguardam há anos por uma definição. O problema, nesse caso, é nem na entrega da obra parcial em outubro dá para confiar.