A nova estiagem que atinge o Oeste de Santa Catarina revela muito mais do que a falta de investimentos para conter o fenômeno que se repete nos últimos anos na região. Está escancarado o descaso histórico dos governos, tanto do Estado como Federal, com os municípios que se destacam pela produção agrícola. A distância das cidades-polo do Oeste com o “centro do poder” de SC não fica somente no mapa, e este caso deixa tudo mais evidente.

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Caso a falta de água para consumo humano ocorresse em regiões como a Grande Florianópolis e o Litoral Norte, o cenário e as reações seriam diferentes. Certamente, a crise teria uma atenção maior das lideranças políticas e o problema estaria resolvido em questão de pouco tempo. Um exemplo é a temporada de verão, que anos atrás era repleta de casos de falta de luz e água no Litoral catarinense. Neste ano, entretanto, quase nada se ouviu sobre desabastecimento na região.

Por que, então, o mesmo não ocorre no Oeste? A estiagem é uma pauta constante para os moradores de Chapecó, por exemplo. O rodízio de abastecimento de água em períodos de 24 horas mostra que faltou planejamento histórico para que a rede conseguisse suportar períodos longos de falta de chuva. Resultado: caminhões agora vão até o rio Uruguai, a 20 quilômetros de distância, para abastecer as residências e propriedades do maior município do Oeste. Uma ação emergencial que poderia ter sido evitada com ações adotadas anos atrás para efeitos a médio e longo prazos.

O problema do Oeste não pode ser somente da região, ele deve ser estadual. O momento pede mais atenção com um ponto da mapa que deveria ser distante apenas no deslocamento e não nos investimentos.

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O mesmo vale para a atenção do governo federal. A ministra da Agricultura esteve no Oeste em 12 de janeiro, mas um mês depois nada foi anunciado como retorno. Mais um motivo para exemplificar que falta um pacto político para acabar com este problema histórico da região. Esta não pode ser só “mais uma estiagem”, ela precisa ser a que vai gerar reações definitivas.

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