Na primeira aparição pública após a operação do MPF que investiga um suposto caso análogo à escravidão, em Florianópolis, o desembargador Jorge Luiz Borba, alvo de uma busca da Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (6), se manifestou sobre o caso. Ele participou brevemente da reunião do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), que reúne 25 desembargadores para decisões administrativas e de casos de maior relevância dentro do Judiciário, nesta quarta-feira (7).

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A operação da PF , com participação também do Ministério Público Federal (MPF) e de agentes do Ministério do Trabalho, tinha como foco uma trabalhadora com deficiência auditiva que seria mantida pelo desembargador e a esposa, segundo a investigação, sob “trabalho forçado, jornadas exaustivas e condições degradantes”, sem remuneração. Segundo o TJ-SC, a mulher prestou depoimento ainda na terça-feira, e depois voltou para a casa do desembargador pelo entendimento de que não haveria a situação análoga à escravidão.

Durante a sessão no TJ, nesta quarta, Borba pediu a palavra e, emocionado, falou sobre o caso:

– Continuo de cabeça erguida, vou em frente. A maldade foi feita, tudo bem. Não choro por mim, choro pela minha família, meus filhos, meus netos – afirmou o desembargador.

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Além disso, o magistrado emendou: “Vocês podem ficar certos que não fiz nada de errado”. Ao final, falou em “maldade pura, vindita pessoal”. Pouco depois disso, se despediu e desligou o microfone.

Presidente do TJ defende Borba

O presidente do TJ-SC, João Henrique Blasi, falou logo em seguida para defender o colega do TJ-SC. Blasi entrou no mérito da operação do MPF ao dizer que a mulher é uma “moça acolhida desde os 11 anos, convivendo familiarmente, como mais um filho da família”. O presidente do TJ-SC afirmou que “temos a absoluta certeza de que a verdade haverá de prevalecer e a Justiça será feita”.

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