Há, sim, que se apontar diversos acertos do governo Jorginho Mello (PL) ao longo de 2023. No entanto, ao final do primeiro ano de gestão, o governador insiste num erro cometido lá no começo. Em entrevista à rádio CBN Floripa, ele anunciou que vai nomear o deputado Sargento Lima (PL) para ser secretário de Segurança Pública (SSP-SC). Assim, Jorginho insiste numa secretaria que se tornou irrelevante desde que os chefes das forças de segurança ganharam autonomia. O cargo do secretário virou apenas figurativo. Lima será mais um secretário sem poder, nem caneta, assim como foi com Paulo Cézar Ramos de Oliveira, ainda titular da pasta.
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Jorginho confirma Sargento Lima na Segurança, substituto de Carmen e outras mudanças
Em 2019, quando o então governador Carlos Moisés da Silva (Republicanos) anunciou que criaria um colegiado em substituição à SSP-SC, este colunista criticou a mudança por entender que a figura da secretaria era necessária para o gerenciamento das forças de segurança. Entretanto, passados cinco anos, a força e a autonomia dadas para os comandantes das polícias mostrou que a secretaria não é mais necessária.
Assim sendo, Lima vai assumir uma SSP enfraquecida e que “perdeu a caneta”. As principais decisões da segurança pública, atualmente, passam diretamente pelos chefes das polícias, que têm canal direto na relação com Jorginho. Retirar esta autonomia seria um enfraquecimento das corporações, algo que certamente o governador não faria e nem seria necessário. As corporações funcionam bem neste modelo.
Por fim, o deputado que vai ganhar o cargo pode ser candidato a prefeito de Joinville em 2024, o que exigiria a exoneração dele em abril. Com a decisão de colocar uma pessoa que pode ficar apenas quatro meses na cadeira, Jorginho dá mais uma amostra de que a SSP tornou-se desnecessária. Fica nítido que a figura de um secretário não é essencial.
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