O aeroporto de Correia Pinto, na Serra Catarinense, é um dos exemplos de obra pública que mostram o caminho a não ser seguido pelas autoridades. A estrutura recebe investimentos estaduais e federais desde 2002. Estima-se gastos de R$ 60 milhões. Somente agora, 18 anos depois, é que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) emitiu a homologação da estrutura para receber voos.
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Pelo documento de 31 de janeiro, a estrutura será chamada de Aeroporto Regional do Planalto Serrano. Ainda são necessários ajustes para o começo das operações no local. Além disso, é claro, companhias aéreas precisam estar dispostas a ter saídas e chegadas no terminal.
O assunto repercutiu na Assembleia Legislativa (Alesc) nesta terça-feira à tarde, durante a sessão. O deputado Bruno Souza (NOVO), que apresentou denúncia no ano passado devido ao lento processo para inscrição cadastral do aeroporto, comentou a homologação na tribuna e disse que espera que "o governo possa lançar um edital para que uma empresa privada assuma a administração do local".
O aeroporto foi construído a 25 quilômetros do terminal de Lages e já opera voo comercial para São Paulo. A Infraero foi contratada no começo de 2018 para administrar a estrutura. Ela recebe mensalmente R$ 127,9 mil pelo serviço, mas o terminal continua sem funcionar.
O Deinfra justifica que a decisão de investimento em um aeroporto tão perto do outro se justifica pela falta de condições de aumento da pista de Lages. A estrutura de Correia Pinto tem mais de dois milhões de metros quadrados de área, que vai comportar, inclusive, aviões da Boeing, um dos maiores do país. A intenção inicial era receber também voos com cargas compartilhadas.
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Um dos principais entraves para que o aeroporto pudesse operar era homologação. O primeiro pedido foi protocolado em 2015 pelo governo do Estado. Em agosto de 2016, o governo recebeu parecer favorável do comando da aeronáutica e um mês depois local passou por vistoria técnica. Mas somente agora o documento foi emitido.