Levada às ruas em 30 de maio de 2019, a operação Alcatraz ganha repercussão com duas denúncias contra o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Julio Garcia (PSD). O trabalho da Polícia Federal (PF), reforçado por uma força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), dá evidência a graves denúncias sobre um verdadeiro loteamento dentro da secretaria de Estado da Administração (SEA). Em um ano quatro meses, são 16 acusações do MPF à Justiça Federal sobre o esquema que teria se estabelecido dentro da pasta entre 2011 e 2018.

Continua depois da publicidade

MPF faz nova denúncia contra o presidente da Alesc, Julio Garcia, na operação Alcatraz

Justamente pela gravidade dos casos é que as revelações da operação não podem ser ignoradas pelos catarinenses. Pela investigação, os grupos envolvidos se aproveitavam de licitações de terceirização de mão-de-obra e tecnologia para desviar recursos e beneficiar empresários e agentes públicos. Até o momento, pelos documentos que a coluna teve acesso, os agentes da PF ainda não entraram em parte importante da operação: os contratos de terceirização.

Denunciado por lavagem de dinheiro, corrupção, peculato e fraude em licitação, Julio Garcia pode assumir o governo em outubro

Contudo, somente com as denúncias relativas a contratos de tecnologia é possível ter uma noção do suposto esquema montado no governo do Estado. Surpreende, entretanto, que a operação ainda tem baixo impacto na sociedade e em espaços como a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Costumo dizer que a Alcatraz parecer ser assunto proibido dentro do Legislativo estadual.

Continua depois da publicidade

Por mais que o andamento do processo em relação a Julio Garcia ainda careça de posicionamento da juíza para torná-lo ou não réu, trato aqui da compexidade e da importância do que a PF e o MPF apontam em suas conclusões. A gestão atual do governo do Estado afirma que refez os contratos investigados, mas o catarinense precisa saber dos detalhes do que ocorria.

Os atuais ocupantes do Executivo têm a missão de esclarecer o que encontraram dentro da secretaria de Administração ou em quais outras secretarias com relação à Alcatraz. Assim como aumenta a responsabilidade da Justiça Federal, da PF e do MPF em dar respostas sobre os eventuais crimes que tenham sido cometidos.