Três dias após o governador de Santa Catarina afastado, Carlos Moisés da Silva, nomear indicados políticos para cargos comissionados, a governadora em exercício, Daniela Reinehr, exonerou os indicados. Ao todos, foram 65 revogações publicadas no Diário Oficial do Estado de 1º de abril, quinta-feira. Entre os demitidos está o ex-vereador de Florianópolis, Edinho Lemos (PSDB), que foi nomeado por Moisés para a presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). As oficializações nas funções haviam ocorrido na segunda-feira (29).
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O dia de Moisés após se afastar do governo de SC
Lemos havia sido indicado pelo deputado estadual Marcos Vieira (PSDB). Em contato com a coluna, ele afirmou nesta quinta-feira (1º), antes da demissão, que pretendia se reunir com a equipe da FCC na segunda-feira para dar os primeiros encaminhamentos ao trabalho na Fundação.
Assim como o ex-vereador, os demais nomeados eram acomodações políticas do governador afastado antes de deixar o cargo pela decisão de admissibilidade do processo de impeachment dos respiradores. No caso de Vieira, o apoio que Moisés precisa tem ligação direta com o futuro dele no cargo. O tucano é um dos membros do Tribunal do Julgamento do impeachment e já declarou que pretende manter seu voto a favor do governador afastado.
Moisés coloca ex-vereador de Florianópolis no comando da Cultura de SC antes de deixar o cargo
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O gesto de Daniela mostra que ela não se sentiu refém das indicações e da possível indisposição que terá com os padrinhos políticos dos nomeados. A maioria das demissões ocorreu pelo ato de exoneração, enquanto em duas delas optou-se pelo movimento de “tornar sem efeito”, que anula a nomeação burocrática na origem.
Daniela Reinehr assume interinamente o governo de SC pela segunda vez
Dos 65 agora retirados do cargos, além de Lemos e outros dois indicados para a FCC, havia nomeações para secretarias como a Educação, Comunicação, Fazenda, Infraestruturas, entre outras e também fundações e autarquias.
Atualização:
Em nota, Edinho Lemos se manifestou sobre a exoneração, neste sábado (3): “Só o fato de ter sido lembrado e indicado para ser o gestor da Cultura no Estado de SC reflete o trabalho sério e comprometido com a sociedade nos cargos por onde passamos. A decisão de nomear ou exonerar cargos comissionados é de responsabilidade dos governantes. As rusgas políticas não diminuem a importância da indicação. Sou um agente político e estarei sempre à disposição quando for recrutado para uma missão em que possa colaborar com minha cidade ou o meu Estado”.