Tem um lugar específico em que isso me chama a atenção. É sempre ali na entrada do bairro onde moro. Geralmente, no final de tarde. A fila de carros é grande porque há um cruzamento que causa o “anda e para”. Para quem entra no bairro são duas faixas: uma para quem vai dobrar à direita e outra para quem vai seguir em frente. O que acaba acontecendo é que as duas faixas vivem situações antagônicas. Uma tem aquela fila enorme e a outra fica livre.
Continua depois da publicidade
> Leia todas as crônicas de domingo
O que fazem, então, alguns motoristas? Isto mesmo que você deve estar imaginando… Quando precisam encarar a longa fila para seguir em frente, resolvem ir para a pista livre e depois furar a fila onde deveriam estar. Tudo isso na cara dura, sem qualquer remorso e nem pedido de desculpas. Confesso que esta é uma situação que me tira do sério, principalmente pela clara intenção da pessoa de furar a fila. São raros os que erram a escolha do trânsito e por isso precisam mudar de rota. Até entendo quando algo assim acontece. Mas a maioria dos casos é formada pelos furões intencionais.
Dias atrás resolvi perguntar no Twitter como podemos classificar o cidadão que fura fila no trânsito. Muitos lembraram que trata-se de um infrator, o que faz todo o sentido porque o Código Brasileiro de Trânsito (CBT) coíbe a prática. Teve também os que classificaram os furões com xingamentos, justamente os mesmos que pensamos quando estamos lá na fila por minutos e, de repente, chega o motorista furão nos cortando a frente.
Dentre tantas as “sugestões” para formas de classificação, prefiro ficar com o que escreveram alguns seguidores: num caso deses, nem podemos chamar a pessoa de “cidadão”. Afinal, pelo significado da palavra, para ser um cidadão você tem direitos, mas também deveres. E um deles é respeitar as regras e, principalmente, o espaço dos outros. Neste caso, a pessoa se distancia de ser um cidadão. O pior é que na hora de reivindicar os próprios direitos, o discurso deve ser bonito. Mas na hora de exercitar os deveres, como um simples respeito à fila no trânsito, o comportamento é inverso.
Continua depois da publicidade
Leia também:
Voltamos
Top 1
Bom papo